Não dificultes!

10:09

Às vezes, o melhor é não fazeres perguntas
Para não balançar a estabilidade das nossas almas juntas.
Não suporto os inquéritos, as lamentações, as acusações,
Digo-te: “pára!”, mas continuas a debitar um discurso premeditado.
Tento não te escutar porque as palavras proferidas
Deixam vestígios e arrastam-se no mais fundo de mim…
Não consigo deixar de ouvir as tuas reclamações.
Irrito-me. Descontrolo-me. Acabo por discutir contigo
Sem ter vontade, sem ter motivo, causo-te novas feridas
Mas tu provocas e é assim que temos conflitos desnecessários.
Ainda não aprendeste a lidar com as diferenças,
A respeitar os silêncios, a praticar a tolerância.
És uma pessoa tão generosa e revelas uma prepotência
Desconcertante que dita sentenças ilógicas,
Que te vão afastando paulatinamente de mim,
Que encerram em si o cheiro impetuoso do jasmim,
O mesmo bálsamo que irrompe pelas nossas vidas
Inculcando-lhe a intensidade e os segredos que nos unem.
Não é fácil resistir às possíveis situações de ruptura.
Porque fazes tantas perguntas?! Detesto essa tortura
Quando me recuso a responder ou quando me remeto à mudez.
Sim, queres uma justificação: não gosto de expor a nudez
Dos meus sentimentos só para satisfazer os teus caprichos.
Tem paciência, mas tens que deixar de fazer tantas perguntas
Ou preferes que te minta? Que arranje desculpas?
“Não quero falar sobre isso” é algo com o qual não te contentas
Porém, eu não quero que descarregues em mim as culpas
Que não podes, não queres nem te esforças por assumir
Vá lá, só tens que limitar-te a sentir!

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