Confidência aberta

07:15

Se te pudesse comunicar o medo que me assalta… A insegurança que me abala perante as incertezas que povoam o meu pensamento e se debatem com as certezas do meu coração. Apregoar velhas máximas de incentivo, tentar repeti-las para mim é como tomar uma anestesia ineficaz através de uma interiorização hipnótica. Tudo me leva a sentir dividida, como que meio perdida…
Quando estamos perante uma decisão que já atingiu maior dimensão do que aquela que possamos imaginar, é muito mais que difícil lutar contra este medo… O sol brilha lá fora por mais algumas horas. As mesmas horas que me separam da noite. As mesmas horas que me separam de ti. As mesmas horas que me separam dessa decisão. Será que vou ter mesmo que te enfrentar? Ou poderei adiar mais uma vez o inadiável? Escapulir-me a mais uma situação limite? Uma fuga que se calhar representará o contrário da vontade do meu íntimo...
Pensei tanto nisto e não cheguei a conclusão nenhuma. Penso que o meu grande problema seja pensar demasiado nas coisas. Tento estilhaçá-las e procurar, em cada átomo delas, indícios de possíveis incompatibilidades, de falhas que agora possa antever e antecipar-me, poupando-me ao sofrimento posterior. Não quero que tudo entre nós se resuma a um fracasso, mas tenho que confessar o meu pânico de ter chegado a este preciso momento e já não saber o que quero… Já não saber o que deixar de fazer ou deixar de não fazer… Talvez porque nunca tenha estado numa situação idêntica, por ser algo que pode ser apenas o princípio de outras tantas pequenas e grandes decisões que farão a minha vida mudar de modo irreversível. Chego ao fim ainda mais confusa, portanto vou parar por aqui.

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