Voltar…
05:00Empurro a porta do nosso prédio. O cheiro característico, ainda tão familiar ao ponto de me obrigar a tentar senti-lo como distante. As caixas do correio, que agora recusam publicidade, na parede da esquerda. A opção rejeitada do elevador e o barulho dos meus passos nos degraus.
Passo pela minha porta, aquela que fechei com aquela etapa da minha vida. Continuo. No respectivo canto, o cabo de madeira da velha esfregona suja e o balde de plástico. A ansiedade quase que a trote. Os batimentos cardíacos a acelerar a respiração emotiva.
Eis por fim, a porta, com certas iniciais cravadas, um dia, por brincadeira. Pressiono a campainha e o som estridente alegra-me. Ouço do lado de lá a precipitação para a maçaneta.
Abres depressa e estendes-me os braços. Aquele abraço apertado e longo, aquela alegria a transbordar e aquelas saudades como tatuagens definitivas. Aquele sorriso, aberto e terno, que me faz tanta falta.
Entro e vejo algumas alterações que não me desagradam, mas que usurparam o velho espaço. E mais um abraço justo, sentido, reconfortante, recebido com verdadeira felicidade.
As palavras de circunstância que se trocaram, enquanto reparava, orgulhosa, que as paredes continuam a não estar despidas. Voltar a ver fotografias e textos de jantaradas tocou-me o coração. Estamos ali, os três, os quatro, o grupo em vários momentos idos.
A tua cadeira, que eu tanto gostava, mudou de lugar e recordo-te debruçado a passar apontamentos, a completar lacunas, a fazer uma pausa para conversarmos. O sofá em que rimos até tarde ou onde conversámos sem pressas.
Esta será também uma noite dessas, em que a madrugada vem aninhar-se entre as nossas palavras, embebida pelo entusiasmo das nossas histórias partilhadas.
Passo pela minha porta, aquela que fechei com aquela etapa da minha vida. Continuo. No respectivo canto, o cabo de madeira da velha esfregona suja e o balde de plástico. A ansiedade quase que a trote. Os batimentos cardíacos a acelerar a respiração emotiva.
Eis por fim, a porta, com certas iniciais cravadas, um dia, por brincadeira. Pressiono a campainha e o som estridente alegra-me. Ouço do lado de lá a precipitação para a maçaneta.
Abres depressa e estendes-me os braços. Aquele abraço apertado e longo, aquela alegria a transbordar e aquelas saudades como tatuagens definitivas. Aquele sorriso, aberto e terno, que me faz tanta falta.
Entro e vejo algumas alterações que não me desagradam, mas que usurparam o velho espaço. E mais um abraço justo, sentido, reconfortante, recebido com verdadeira felicidade.
As palavras de circunstância que se trocaram, enquanto reparava, orgulhosa, que as paredes continuam a não estar despidas. Voltar a ver fotografias e textos de jantaradas tocou-me o coração. Estamos ali, os três, os quatro, o grupo em vários momentos idos.
A tua cadeira, que eu tanto gostava, mudou de lugar e recordo-te debruçado a passar apontamentos, a completar lacunas, a fazer uma pausa para conversarmos. O sofá em que rimos até tarde ou onde conversámos sem pressas.
Esta será também uma noite dessas, em que a madrugada vem aninhar-se entre as nossas palavras, embebida pelo entusiasmo das nossas histórias partilhadas.
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