Letargia ignóbil

04:40

Quase de repente e sem avisar: o tempo todo à porta. Os dias nascem preguiçosos, com horas entretidas num baile fora de horas.

Nessa inércia redobrada, porque partilhada, há também um descanso merecido. Vamos desfiando o tempo, enquanto ele nos desafia a alma, as convicções e periga os sonhos somados. Não há aulas, trabalho, convívios ou encontros a completar o horário por definir.

Sobram apenas energias latentes, desperdiçadas. Vontades acumuladas, inúteis, por fim. Deturpam-se as necessidades, desaprende-se a estabelecer objectivos concretos.

O relógio de pulso é agora mero adorno, num período em que nada se submete a prazos, nem curtos nem longos. Os minutos andam perdidos à procura das tarefas que um dia foram rotineiras.

Inactividade e sono são as faces do mesmo acomodamento. Pressas, correrias, directas não são mais do que substantivos de um vocabulário que se esquece.

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