Déspota
16:58Nas entranhas da boa educação ou, aliás, nos acordes do bom senso, algo se impacienta e esperneia. Os meus olhos submissos ficam em alerta perante determinadas situações. As palavras, essas, nem assumem um corpo audível, porque seria em vão.
Esse tom elevado dita opiniões sentenciosas e sem grande sentido. Puxas dos galões da modernidade: grau académico, inteligência suprema, nível hierárquico. Fico quieta. Prostrada e incrédula. E continuas a vangloriar-te desse estatuto frouxo.
Tornaste-te uma marionete maquilhada, capaz de ser deselegante sem se dar conta, incapaz de brilhar pelo carácter e pela experiência de vida.
Odeio-te em voz passiva. Com todos os nervos. Desprezo-te numa sátira incompleta. Por todos os poros. Censuro-te por dentro. Sem esquecimentos nem comedimentos.
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