11.01.2006

Dia de Todos os Santos

À frieza do dia, junta-se a angústia inerente à distância que nos separa daqueles que já não estão fisicamente presentes na nossa vida...

Hoje, há imensas velas a iluminar as sepulturas. Hoje, os vivos vão ao cemitério para visitar os mortos. Hoje, alguns trazem no rosto uma pena que vive só de um dia por ano. Hoje, outros arrancam do esquecimento, umas poucas lágrimas de saudade.

Há uma paz sobrenatural que enche todos os centímetros quadrados do cemitério. O descanso eterno exige a manutenção de um silêncio que nós - os vivos - não temos o direito de perturbar com passos de romaria ruidosa, com orações que repetimos automaticamente, com lamentações convencionais.

Talvez durante a madrugada, devolvida a quietude muda do cemitério, os mortos conversem entre si sobre os vivos que já mataram a sua própria existência...

5 comentários:

  1. Patrícia: Muito bonito este texto. Pensas exactamente como eu. Às vezes sinto mesmo que somos como Almas Gémeas.

    Fico contente por isto e ofereço-te o que de mais precioso tenho: "A minha Amizade e Humildade".

    Boa Semana, querida Amiga. :D**

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  2. By the way, este é o Blog onde publico os meus trabalhos de grupo de uma das 6 cadeiras do curso.

    Espero que gostes. Fica bem.

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  3. Ass: Shiazinha :) ou Patrícia ;)*

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  4. ...Eu nunca vou no dia 1 de Novembro ao cemitério.Não gosto, vejo muita gente. Sempre que vou ver a minha mãe e as várias pessoas da minha família que restam mortas no cemitério da minha terra (Loriga - Serra da Estrela), vou sempre quando não há ninguém. Em cada 3 minutos no mundo nascem 620 pessoas e morrem 300 pessoas...mas quando são 'nossas' a dor é maior. Nunca fecha a ferida. Eu choro sempre que vou ver a minha mãe, como se ela me deixasse naquele momento, depois por masoquismo ou uma necessidade de alivio: saio do cemitério (com a mais bela vista do horizonte)triste, mas como que consolado...É estranho, mas sou assim.

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  5. Gosto particularmente disto- Hoje, alguns trazem no rosto uma pena que vive só de um dia por ano.

    Qtas vezes não pensei e reflecti já sobre isto...

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