Sem compreensão possível!

Não consigo entender porque tens que abrir mão dela assim. Corres por aí, em busca da concretização de projectos que não vão fazer sentido no final da demanda. Não a vais ter por perto para partilhar as conquistas ou para te abraçar quando a fraqueza tomar conta de ti, quando a solidão for a tua secreta companhia.

Colocaste-a numa relação desigual que prefiro nem saber que critérios enquadraram a tua lógica. Não consegues perceber que há coisas que só se encontram uma vez na vida e que devemos ficar gratos por temos idoneidade para as valorizar e preservar? Contrariamente, tu aligeiraste o tempo, deste respostas firmes a perguntas pouco convictas.

Partiste com pressa e esperas que ela demore o tempo sem pressa. Queres que ela fique, enquanto de perdes na perseguição desenfreada dos teus ideais. Um dia vais perceber que secundarizaste o que não devias. Não te conheço e é melhor assim! Foste capaz de magoar e isso despedaça-me o coração. Só queria que pertencesses ao grupo de aliados. Porém, revelaste demasiada fraqueza para chegares e ficares ao meu lado.

Não me interessa que continues bem ao longe, gostaria que levasses contigo a essência que decidiste espalhar pelo mundo. Uma parte nuclear deixaste-a num só sítio, a alguém que sabes que a vai erguer a um culto imerecido por incapacidade de controlar os sentimentos que suscitas.

Não percebo porque ofereceste sonhos pendurados em nuvens, mas exequíveis. Não aceito que partas e voltes, sem levantar a âncora. Quero-te longe daqui, pára de ameaçar a paz dela com essa presença distante, que não preenche o vazio presente e circundante e asfixiante. Deixa que o mundo se aproxime dele sem que tu sejas um intermediário.