9.09.2007

Demora-se a vontade
E rodopia o tempo.

Recordo ainda o que ficou,
Entrego-me ao que há-de vir.
Guardo as emoções dobradas,
Revivo histórias inesquecíveis,
Sorrisos cedidos pela alma e
Sentimentos dos fragmentos vividos nos
Ontens que vão chegar amanhã.

Às curvas da vida,
Sobrevive a utopia!

Orgulho-me de certos cruzamentos,
Relativizo os interregnos cronológicos,
Insisto nas velhas certezas como sempre.
Gargalhadas nas entrelinhas
E lágrimas nas despedidas.
Nesta noite abafada e nostálgica,
Saudades dispersam-se pelo coração.

3 comentários:

  1. E que saudades...:)

    papalagui

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  2. (...)
    E pensei que da vida não teria
    nem saudade nem pena de a perder,
    mas que em meus olhos mortos guardaria
    certas imagens do que pude ver.
    (...)
    Gostei muito da luz.(...)
    Também gostei do mar.(...)

    Também gostei de ver, na rua, os pares de namorados
    que se julgam sózinhos no meio de toda a gente,
    e se amam com os dedos aflitos, entrecruzados,
    de olhos postos nos olhos, angustiadamente.
    (...)
    Mas... saudade, saudade propriamente,
    essa tenaz que aperta o coração
    e deixa na garganta um travo adstringente,
    essa, não.

    Saudade, se a tivesse, só de Aquela
    que nas flores se anunciou,
    se uma saudade alguém pudesse tê-la
    do que não se passou.
    De Aquela que morreu antes de eu ter nascido,
    ou estará por nascer – quem sabe? – ou talvez ande
    nalgum atalho deste mundo grande
    para lá dos confins do horizonte perdido.

    Triste de quem não tem,
    na hora que se esfuma,
    saudades de ninguém
    nem de coisa nenhuma.

    António Gedeão

    mike

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  3. Gostei principalmente desta parte..
    "Gargalhadas nas entrelinhas
    E lágrimas nas despedidas.
    Nesta noite abafada e nostálgica,
    Saudades dispersam-se pelo coração."

    =)
    Já tinha saudades de ler o teu blog :)

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