Acordei repentinamente
Com a urgência de te escrever.
Senti os minutos a pesarem como horas
E o peso da chuva a ameaçar a manhã.
Vesti-me apressadamente
Enquanto pensava nas palavras
Não as certas, mas as certeiras
[As mesmas que tanto desejei emudecer].
Quando sai de casa,
Elas estavam quase prontas.
Roídas de inveja pela subtileza
Com que as pontuei.
O dia consumiu-me as energias
Fez desfalecer as vontades
Mas não excluiu esta urgência
De te enviar o que escrevi.
Enredadas nesse tom franco
Com que sempre te recebi
E que, agora, se esvazia por fim.
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