3.06.2016

Palavras (des)prendidas

Acordei repentinamente
Com a urgência de te escrever.
Senti os minutos a pesarem como horas
E o peso da chuva a ameaçar a manhã.

Vesti-me apressadamente
Enquanto pensava nas palavras
Não as certas, mas as certeiras
[As mesmas que tanto desejei emudecer].

Quando sai de casa, 
Elas estavam quase prontas.
Roídas de inveja pela subtileza
Com que as pontuei.

O dia consumiu-me as energias
Fez desfalecer as vontades
Mas não excluiu esta urgência
De te enviar o que escrevi.


As palavras seguiram
Enredadas nesse tom franco
Com que sempre te recebi
E que, agora, se esvazia por fim.

Sem comentários:

Enviar um comentário