11.12.2007

O dia começa a despedir-se da luz…

Já tempos passaram e os rumos pouco mudaram
As vontades expectantes, porém, mantêm-se.
Regressamos sem exigir pressa a essas vontades.
Desilusões e desalentos a nortearem os destinos.
Imaginei, para ti, para mim, para nós,
Mundos bem diferentes, mais justos…

Desdobramos as sombras do que ficou
Escondemos os vazios que falta preencher.

Sentimentos intensamente vividos,
Emoções integralmente partilhadas,
Memórias conjuntas eternizadas,
Passos paralelos, vigilantes e zelosos.
Refugiamo-nos nos enredos de nós.
Enfim neste lugar… Mais uma vez…

3 comentários:

  1. :)...Simplesmente!

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  2. Oi linda! é só para te dizer que mudei a morada...beijinho

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  3. Guilhotinas, pelouros e castelos
    Resvalam longemente em procissão;
    Volteiam-me crepúsculos amarelos,
    Mordidos, doentios de roxidão.

    Batem asas de auréola aos meus ouvidos,
    Grifam-me sons de cor e de perfumes,
    Ferem-me os olhos turbilhões de gumes,
    Descem-me a alma, sangram-me os sentidos.

    Respiro-me no ar que ao longe vem,
    Da luz que me ilumina participo;
    Quero reunir-me, e todo me dissipo —
    Luto, estrebucho… Em vão! Silvo pra além…

    Corro em volta de mim sem me encontrar…
    Tudo oscila e se abate como espuma…
    Um disco de oiro surge a voltear…
    Fecho os meus olhos com pavor da bruma…

    Que droga foi a que me inoculei?
    Ópio de inferno em vez de paraíso?…
    Que sortilégio a mim próprio lancei?
    Como é que em dor genial eu me eternizo?

    Nem ópio nem morfina. O que me ardeu,
    Foi álcool mais raro e penetrante:
    É só de mim que ando delirante —
    Manhã tão forte que me anoiteceu.

    Mário de Sá-Carneiro

    [mike]

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