O Rumo Desconhecido

13:24

A chuva bate ruidosamente na vidraça.
E tu abandonada numa total escuridão
Inviolável, que ornamenta toda a desgraça
Do mundo mesquinho, em completa perdição!

O temporal espelha a tua alma repleta de tristeza.
O sofrimento apoderou-se de ti de forma desesperante.
E tudo o que foi nada é! Um nada vasto e torturante
Em que um deserto de mágoas foi dominado por um vago vazio de lucidez…

Um vento errante sopra, não quebrando, no entanto, preconceitos
Indiferentes às memórias ignorantes, inquietas e indolentes
Que não se disponibilizam, a escutar gritos clementes
Oriundos de “crianças” perdidas nos seus próprios leitos…

Tão longe, o horizonte iluminado assiste horrorizado
À intensa e constante solidão entre a imensa multidão…
Tão perto, o teu sofrimento aterrorizado, apavorado,
Alimenta-se e sacia-se do mundo em destruição!

Não buscas, nesta inútil vida, sonhos ou felicidade
Porque não existem no abismo intransigente e profundo
Onde prisioneira resignada permaneces, no fundo
Do poço, onde reina uma fingida sinceridade…

Sozinha e infeliz, observas o silêncio delirante
Que domina a incompreensível espiral aliciante…
O ingresso depende, apenas, de um tímido e irreverente sim
Que denuncia ironicamente o futuro de tudo e de todos: o Fim…

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