Sempre que encontramos, não aproveitamos. Refugiamo-nos em nós, afastamo-nos do que poderíamos ser, escondemos as amostras de medos, os pedaços de inseguranças, e desfragmentamos as certezas. Queremos dar a mão, mas os dedos estão enregelados. Desejamos que nos abracem, mas não deixamos que os braços fiquem pendurados. Ansiamos por um colo, mas convencemo-nos de que já somos crescidos. Ontem, procurei e consegui serpentear as recordações. Tento agora seguir em frente. Difícil. Impossível até por vezes... Sem ti, mas contigo, parto para uma nova etapa, sem a tua sombra, mas com vestígios amarelecidos de nós.
O tempo preparado para a maratona e tu disposto a adiá-la só para chegar ali. Bastaram alguns minutos, fugidios e ímpares. Viste as aves cruzar aquela mancha de azul recortado. Debates-te com o vento agreste e, de novo, naquele lugar…
As memórias tomaram-te o pé de apoio. Não contrariaste. Afinal, aqui não há mil olhos à espera desse instante. A liberdade está sentada ao teu lado, sem importunar. Companheira, percebe os percalços das encruzilhadas, compreende os medos e os controlos. Ela tolera os teus impulsos sufocados e testemunha os sorrisos mais tímidos.
Pensas em ti e pensas que um dia talvez tragas alguém contigo até aqui. Ou talvez isso nem aconteça. O teu ar despreocupado reforça a certeza de que voltarás vezes sem conta para assistir extasiado à mudança de estado de espírito.
Ali, a saciedade acontecesse na mesa mais paupérrima de sempre, mas com as pessoas certas à volta. Naquele lugar, o diálogo fica gravado no silêncio que une. Observo-te do outro lado e esqueço-te.
Debruço-me sobre as cores que me pintam cá dentro. Talvez um dia, consigas vir até aqui. Talvez um dia, consigas entender e, aí, pertencerás a ti, fiel ao que acreditas, confiante no que defendes. E, então, o teu abraço ganhará uma nova dimensão, porque não serei eu, o “eu” que vês ou o “eu” que se esconde de ti, mas o somatório que ainda não conheces.
As memórias tomaram-te o pé de apoio. Não contrariaste. Afinal, aqui não há mil olhos à espera desse instante. A liberdade está sentada ao teu lado, sem importunar. Companheira, percebe os percalços das encruzilhadas, compreende os medos e os controlos. Ela tolera os teus impulsos sufocados e testemunha os sorrisos mais tímidos.
Pensas em ti e pensas que um dia talvez tragas alguém contigo até aqui. Ou talvez isso nem aconteça. O teu ar despreocupado reforça a certeza de que voltarás vezes sem conta para assistir extasiado à mudança de estado de espírito.
Ali, a saciedade acontecesse na mesa mais paupérrima de sempre, mas com as pessoas certas à volta. Naquele lugar, o diálogo fica gravado no silêncio que une. Observo-te do outro lado e esqueço-te.
Debruço-me sobre as cores que me pintam cá dentro. Talvez um dia, consigas vir até aqui. Talvez um dia, consigas entender e, aí, pertencerás a ti, fiel ao que acreditas, confiante no que defendes. E, então, o teu abraço ganhará uma nova dimensão, porque não serei eu, o “eu” que vês ou o “eu” que se esconde de ti, mas o somatório que ainda não conheces.