Dia de Todos os Santos

15:10

À frieza do dia, junta-se a angústia inerente à distância que nos separa daqueles que já não estão fisicamente presentes na nossa vida...

Hoje, há imensas velas a iluminar as sepulturas. Hoje, os vivos vão ao cemitério para visitar os mortos. Hoje, alguns trazem no rosto uma pena que vive só de um dia por ano. Hoje, outros arrancam do esquecimento, umas poucas lágrimas de saudade.

Há uma paz sobrenatural que enche todos os centímetros quadrados do cemitério. O descanso eterno exige a manutenção de um silêncio que nós - os vivos - não temos o direito de perturbar com passos de romaria ruidosa, com orações que repetimos automaticamente, com lamentações convencionais.

Talvez durante a madrugada, devolvida a quietude muda do cemitério, os mortos conversem entre si sobre os vivos que já mataram a sua própria existência...

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