Errado!

13:13

Não se deve substituir a ausência de alguém com alguém cuja presença não nos preenche e apenas ilude o vazio que a falta da outra pessoa nos faz. É injusto para a pessoa, que acredita que se a mantemos ao nosso lado é porque gostamos dela, e quanto mais o tempo passa, mais se convence que tem razão. É natural que não reaja bem quando percebe que afinal nunca ali esteve como pensava.

Acabaremos por magoar sem querer, apenas porque fomos longe de mais com a nossa tentativa de nos convencermos que estávamos a superar uma perda. Impossível preencher os lugares que algumas pessoas abandonaram. E qual é a necessidade?!

Alfred Gockel

O coração do Homem é suficientemente grande para, a seu tempo, fazer pequenas mudanças: pegar nesse espaço ocupado pela ausência de uma pessoa e arrastá-lo para uma zona de sossego e de lembrança ou pode ocupar-se de outros espaços que estão simplesmente por preencher, pode tentar arranjar espaço por entre aqueles lugares que já estão muito ocupados e quase sem dar por isso haverá novas presenças, marcantes e gratificantes. A pouco e pouco esquecer-se-á da necessidade (que antes era imperiosa) de preencher as faltas.

Faltas, perdas, ausências, afastamentos todos eles aconteceram por alguma razão e quase todos acabam por ter uma característica em comum: são irreversíveis, na medida em que não voltarão a assumir os contornos de antes. Portanto, importa arrumar o nosso coração. Não precisamos de planos de ordenamento do território, mas convém termos directivas sentimentais, conscientes e responsáveis, para não colocarmos quem não devemos em locais desconfortáveis ou nem sequer chegamos a colocar por falta de espaço.

You Might Also Like

4 apontamentos

Total de visualizações

Procurar no blogue