Gin tónico

15:41

A temperatura abaixo de zero fustiga-me o corpo. Não poder contar com a tua presença, nesta noite de sábado, gela-me a alma. Faz-me falta uma conversa livre, descontraída, bem-humorada, séria, à volta de um gin tónico.

O meu telemóvel ressente-se da tua ausência. Já não há toques no início da madrugada a denunciar a vontade de partilhar risadas ou o desejo de compatibilizar disposições contraditórias. Quilómetros a cronometrarem a distância. Saudades a imprimir a necessidade de reencontro. Um gin tónico à nossa espera. Um pretexto irrisório para o justificar. Mas uma boa razão para o cobiçar!

Ao final da tarde, ouvi as vozes afinadas sem o timbre de uma outra voz familiar. Faltou ali um olhar cruzado por entre a densidade humana de mão no peito. Já não precisei de me agarrar ao casaco comprido, pois não tive que tolerar esperas. Agora já não te observo a dispersar simpatia à pressão para conseguires ter uns minutos serenos para mim. Já não somos os últimos a sair dali.

Subtraídos pouco mais de vinte dias e reservado o bar de mesas altas, de madeira escura, com luzes fracas e gente ruidosa, brindaremos com um gin tónico (a menos que o troquemos por vodka genuína!) uma longa conversa...

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