Altos & Baixos

15:44

Não entendo como quando se chega ao topo não se sofre de vertigens! Imagino a expressão dos que se debruçam, ocasionalmente, sobre a varanda do orgulho. Desprezam os trilhos do caminho percorrido. Esquecem o apreço para com as pessoas com que cruzaram. Gabam-se de terem conseguido chegar longe, sem a ajuda de ninguém.

Uma vez li que devemos respeitar sempre as pessoas que encontramos quando estamos a subir, pois poderemos voltar a encontrá-las aquando da descida. Não aceito e não convivo pacificamente com as pessoas que, para se sentirem superiores, espezinham até ao tutano os outros. Denunciam defeitos alheios para fazer sobressair as suas virtudes.

Revolta-me se noto ausência de consideração pelos que nos ajudam, falhas no tratamento justo para com as pessoas que convivem connosco diariamente. Envergonho-me quando não há sequer o mínimo de educação perante os que, simpaticamente, ainda nos saúdam na rua.

Não gosto dessa impessoalidade das cidades. Não suporto os distanciamentos baseados na diferença das condições socioeconómicas. Não aguento ver tanta arrogância e desprezo.

Inconformada, não! Apenas triste. O facto de ter esta consciência das coisas em nada contribui para mudá-las. Escapa ao alcance da minha vontade. Por vezes, desanimo. Parece que o mal que nasce nas vísceras de certas pessoas é pré-requisito para serem bem sucedidas, acarinhadas e estimadas. As mesmas que são mal educadas, desumanas e falsas. Gente assim acaba por vingar sem fazer dos escrúpulos arma de arremesso. E eu só gostava que a realidade fosse capaz de desdizer estas palavras.

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