Pausas

11:01

De alguma forma, espero pelas respostas que já nem sei se me interessa ouvir. Sinto-me a perder as rédeas da motivação. Quanto mais percorro, mais conheço e menos me consigo envolver.

No outro dia, a frase que encaixou na perfeição: “o que não sabemos não nos afecta”. E eu nunca desejei tanto ser completamente ignorante do que me rodeia, dos mecanismos rebuscados em que algumas atitudes previsíveis assentam. Indigna-me a falta de valores de berço e repugna-me esse interesse corriqueiro por euros a prevalecer sobre a competência das pessoas, acima até da sua dignidade. Nesta tribuna de vontades vãs, o capricho de quem faz da falta de escrúpulos arma de arremesso.

Aqui, de carro parado, espero. Tenho uma pausa para puxar do bloco e ouvir o vento. Dia nublado, alma cinzenta, sorriso cansado. A cada dia, uma esperança que se perde, um princípio pisado, gozado, vendido a preço de saldo. Resgatado, depois, sem valor, sem aparente utilidade.

René Magritte

Contudo, quando tudo parece não fazer sentido, recordo-me que há quem ainda acredite no fundamental de cada ser humano. Então sorrio…

Música. Elevação de pensamentos secretos, selados com o silêncio que todos recusam ouvir. Escape. Queria uma pausa maior neste turbilhão de dúvidas que atravesso do avesso.

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