Divagações

06:50


Nesta noite enferma, sinto de novo a solidão a pesar-me. Estou triste e preocupada com isso. Será antes uma tristeza que esconde o desespero que sinto do amanhã?

Apetecia-me dizer-te que sinto a tua falta, olhos nos olhos, que preciso daquelas conversas, das gargalhadas de antes, dos momentos que um dia nos pertenceram. A vida encarregou-se de nos provar que nada é definitivo, nem a curto-prazo, e nós, estupidamente, refutávamos com veemência, proclamando o futuro longínquo como uma projecção inalterável do presente.

Hoje sinto-me tristemente angustiada, com vontade de mendigar motivos para controlar as lágrimas neste silêncio tumultuoso. Queria voltar a sentir o entusiasmo enérgico que precedia cada encontro fora de horas. Precisava daquilo que nunca deixaremos de ser.

Só queria dizer-te, no meio da praça, que os meus dedos nas tuas mãos só desejam esse sossego intransmissível, indescritível. Um dia, talvez voltemos a conseguir colocar os sonhos como papel de parede nos quartos desarrumados que nos ordenam por dentro.

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