Porquê fazê-lo?

03:02

«Foi sempre mais fácil criticar do que fazer, mais fácil destruir do que construir. Daí existirem mais críticos do que autores, mais analistas do que obreiros, mais bocas a depreciar do que cérebros e braços a produzir.» (Renato Kehn)

Esta citação, afixada algures numa repartição pública, leva-me a pensar em múltiplas situações. Em comum, todas elas me recordam pessoas a criticar ferozmente os comportamentos alheios, a reprovar as obras que os outros construíram com suor e sacrifício, a desdenhar dos esforços de terceiros.



Esta tendência para desvalorizar o espírito de iniciativa e menosprezar a obra feita irrita-me intimamente, sobretudo, porque aqueles que o fazem são pessoas que não conseguem materializar os seus projectos, pessoas frustradas porque incapazes de concretizar os seus ideais e, por isso, acabam por criticar os outros como forma de fugir à consciencialização de uma auto-avaliação. Detesto pessoas com espírito derrotista, medíocre e egoísta.

Por elas, quantos quadros seriam pintados? Quantos livros seriam editados? Quantos discursos seriam proferidos? Quantas esculturas seriam produzidas? Quantos sites seriam construídos? Poucas ou nenhumas, certamente.

Quantas coisas são destruídas porque não se gostou, ou melhor dito, porque foi feito por outros? Muitas, de facto…

Perante algumas manifestações mais criativas, temos as bancadas dos críticos sobrelotadas. Aponta-se o dedo, troça-se com um riso subtil, enxovalha-se a dedicação e o empenho.

Bem sei que algumas podem nem ter qualidade mínima, mas deixem sonhar! As críticas servem para corrigir as falhas, nunca para fazer crer que tudo o que se faça dali para a frente está votado ao fracasso.

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