Descortesias censuradas

10:49

Perturba-me como certas pessoas dispensam, descaradamente, ditames básicos de uma educação cordial. No momento preciso, faço como os outros: assisto com passividade, mas intimamente censuro-me por essa postura de aparente indiferença. Aliás, simulacro de tolerância para uma convivência convencional e circunstancial.

Não consigo perceber como é que algumas pessoas podem ter tão pouca cortesia em certas situações. Ultrapassa-me que a justificação “estou mesmo com muita pressa” sirva para não se despedir de alguém, quando posteriormente vai ter que esperar meia hora na paragem do autocarro. Transcende-me que pessoas que partilham um mesmo espaço, durante 8 horas diárias, entrem e saiam sem dizer “bom dia”, “boa tarde” ou “até amanhã”. Enervam-me os atropelos desnecessários em repartições públicas, que, à força de conhecimentos certeiros, poupam longos períodos de espera.

Sim é verdade, ainda aprecio quando alguém me segura a porta em vez de a largar mesmo em frente da minha cara. Gosto que não se fume quando há crianças por perto. Simpatizo de imediato com quem cede o lugar em transportes públicos a pessoas fisicamente debilitadas, idosos ou grávidas. Aprovo a compreensão e entreajuda dos vizinhos. Estimo quando os comensais esperam que a pessoa que confeccionou a refeição se sente à mesa.

Perante o que acabo de ver, sei que esses moldes não têm qualquer valor nem lugar. Acabo por me forçar à remissão do silêncio, enquanto me envergonham esses outros que sorriem para aqueles que lhes acham graça. Desgraçados!

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