E a chuva que não cai!
13:53Os dias sucedem-se sem que a tão desejada chuva apareça. As pessoas inquietam-se com a falta de água, que se prevê ser dramática no Verão. A progressiva redução de pluviosidade deve-se ao aquecimento global do planeta, para o qual muito contribui a libertação de gases poluentes que criam o efeito de estufa.
Estamos em meados de Março, e seria suposto que, à semelhança de outros anos, as chuvas invernais fizessem as barragens transbordar. Como tal não se verifica, compreende-se que, a manter-se a actual ausência de chuva, cada gota de água vai passar a ter, a curto e médio-prazo, uma importância crescente.
A situação é preocupante, nomeadamente, para os agricultores e para os bombeiros. A aridez dos terrenos causa danos irreparáveis na agricultura, diminui a produção e, consequentemente, o preço dos produtos aumentará proporcionalmente. Os incêndios são uma ameaça anunciada. Ainda que haja menos mato para arder, a secura extrema das florestas acarretará mais dificuldades para os bombeiros, por exemplo, será mais complicado encontrarem água.
O governo deve tomar medidas de racionamento dos recursos hídricos, dado que se tornam a cada dia mais urgentes que no anterior. Há que garantir reservas suficientes para enfrentar os meses quentes que se aproximam a passos largos. A seca é uma situação que aflige o país e exige medidas excepcionais que podem passar por:
- Eliminação da lavagem de ruas;
- Redução da pressão de água;
- Cortes de água;
- O fornecimento de água potável será efectuado através de autotanques;
- Requisição de águas privadas;
- Limitação ou proibição no enchimento de piscinas, regas de jardins, lavagens de carro, etc.
É certo que os efeitos da seca se farão sentir mais no norte, interior e sul do país e que não afectará muito a maior parte da população, visto que as grandes cidades se situam no litoral, e aí estão bem servidas de reservas.
Portugal tem uma das mais elevadas taxas de desperdício de água da Europa. Face a isto, é imperativo repensar alguns hábitos e comportamentos e pautá-los por um sentido de responsabilidade e de consciência. Há que poupar a água sempre que seja possível e o mais possível, porque nunca é demais repetir (para alertar algumas consciências da gravidade da situação que se vive em várias zonas do país) que a água é um recurso natural limitado e essencial à vida. Portanto, é urgente limitar o consumo de água, como forma de garantir a sua disponibilidade, ainda que mínima, durante o maior espaço de tempo possível. É a cada um de nós que cabe contribuir para atingir esse objectivo.
Aqui ficam alguns conselhos da Protecção Civil para poupar a água no consumo doméstico:
- Reveja toda a canalização doméstica de forma a evitar perdas nas torneiras, autoclismos, esquentadores, máquinas, etc.;
- Diminua a quantidade de água no autoclismo (cada descarga exige 10 a 15litros de água);
- Evite os banhos de imersão e, ao tomar duche, molhe-se e feche a água enquanto se ensaboa. Não demore muito tempo no chuveiro. A título de curiosidade, um banho de imersão corresponde a 260 litros de água, já um duche de 5 minutos equivale a 25 litros;
- Nas suas lavagens de higiene pessoal, tape o orifício de saída da bacia e encha-a apenas com a água indispensável;
- Não deixe a água a correr enquanto estiver a lavar os dentes, a barbear-se ou a ensaboar-se (essa quantidade de água, que corre inutilmente, equivale a 20-30 litros);
- Lave a roupa ou a loiça apenas quando tiver uma quantidade suficiente e use programas curtos. Por exemplo, uma máquina de lavar roupa e uma máquina de lavar a loiça (com carga completa) gastam 150 litros de água e 60 litros, respectivamente. Quando lavar a roupa ou a loiça à mão, use apenas a água mínima indispensável;
- Quando forem anunciados cortes no fornecimento de água, encha apenas as vasilhas estritamente necessárias para o seu consumo. Lembre-se de que todos têm necessidade de água
Porque a escassez de água é já uma realidade e não a podemos ignorar, temos que aprender a lidar com a situação o melhor possível!
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