Constatação

17:37

Deixaste escapar a felicidade por entre as mãos semi-cerradas. Sentiste os efeitos da sua aproximação e preferiste ignorá-los, depois de os teres vivido num entusiasmo que se soava a estranho. Tiveste medo de ser feliz… Desconfiaste daquilo que a vida colocou no teu caminho inesperadamente e achaste a oferta demasiado grande.
Queres agora que te devolvam a velha normalidade, que a rotina de antes te abrace para não seres forçado a admitir que nada voltará a ser como um dia foi. Andaste tanto tempo à procura de uma manifestação da felicidade e, quando ela aconteceu, não sei o que te passou pela cabeça e correste na direcção oposta… Pediste tanto a um qualquer Deus que te desse um pouco mais de luz e, quando ele atendeu às tuas preces, não acreditaste no milagre, escondeste-te atrás das trevas, porque elas sim nunca te abandonaram, porque é junto delas que encontras a sombria protecção.
Tens a noção de que a felicidade te foi dada numa oportunidade (provavelmente única) que tu fizeste questão de desperdiçar. E é assim, por ingenuidade, por perversidade, por capricho, por inocência, por inconsciência, por medo que hoje tu, amanhã eu e ontem qualquer um de nós perde a ocasião de prender a felicidade à nossa caminhada.

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