“A Luz não se apaga”
16:51Este livro de Luís Miguel Pereira reúne, em 9 capítulos, os episódios mais significativos que constituem a história do maior estádio português e um dos maiores estádios da Europa, o Estádio da Luz. Recomendo vivamente a sua leitura, principalmente a todos os benfiquistas que queiram saber um pouco mais sobre a história do estádio do seu clube.
Para quem desconhece, o Estádio da Luz foi inaugurado a 11 de Dezembro de 1954, por Joaquim Ferreira Bogalho. Palmeira foi o primeiro jogador a marcar pelo Benfica no estádio. Um momento marcante na história deste estádio foi a inauguração do terceiro anel a 5 de Outubro de 1960: “Foi um dia muito especial. Aquele estádio, que já antes era grandioso, ficou imponente com o terceiro anel. E foi a partir daquele dia que passou a fazer sentido a designação de “Inferno da Luz”. Imagine-se o que era entrar em campo com o estádio cheio e com aquela bancada tão imponente à nossa frente. Por vezes os adversários queriam entrar em campo depois de nós para não terem que ouvir os apupos e os assobios. Era infernal! (…) Tinham um medo terrível! Aquilo fazia diminuir qualquer equipa. Connosco, era uma coisa fabulosa. Quando entrávamos em campo parecia que o estádio vinha abaixo.” (Mário Coluna, ex-jogador do SLB)
Uns anos mais tarde, em 1985, foi inaugurado o novo terceiro anel. Por essa altura, até Pinto da Costa disse: “Está de parabéns o Benfica o seu presidente, grande impulsionador desta maravilhosa obra. Vamos todos aprender com esta vontade e dedicação.” O terceiro anel sempre contribuiu para a mística do Estádio da Luz:
“Foi mais um daqueles jogos em que dava gosto no estádio da Luz, olhar à nossa volta e ver todo aquele vermelho. Ao Benfica isso só dava força. Também nos intimidava um pouco. Dava-nos talvez mais responsabilidade. Mas quando o jogo começa isso transforma-se em força e só nos dá mais coragem. Por outro lado, para os adversários, ver aquele ambiente, sentir aquele ambiente, impunha muito respeito.” (Rui Costa, ex-jogador do SLB)
“Os jogos entre o SLB e o Real Madrid no estádio da Luz eram sempre grandes jogos. Era um palco fantástico… sempre cheio! (…) Naquela altura, o Real Madrid conseguiu ganhar muitas Taças dos Campeões e só o Benfica nos fazia frente. Tenho grandes e boas memórias dos jogos com o Benfica.” (Di Stefani, ex-jogador do Real Madrid)
A maior enchente correspondeu a uma assistência de 135 mil espectadores (porque ainda não havia cadeiras nem o fosso) em 1987, contra o FCP, num jogo que a equipa da casa acabou por vencer por 3-1. As palavras de Magnusson são reveladoras do seu espanto perante o público que afluiu nesse dia ao Estádio da Luz: “isto na Suécia é impensável! Nem no campeonato todo junto está esta quantidade de gente uma hora antes de um jogo começar.”
A maior enchente correspondeu a uma assistência de 135 mil espectadores (porque ainda não havia cadeiras nem o fosso) em 1987, contra o FCP, num jogo que a equipa da casa acabou por vencer por 3-1. As palavras de Magnusson são reveladoras do seu espanto perante o público que afluiu nesse dia ao Estádio da Luz: “isto na Suécia é impensável! Nem no campeonato todo junto está esta quantidade de gente uma hora antes de um jogo começar.”
“(…) no Benfica isso não acontece. O pensamento é só um: sou benfiquista e se tiver um filho ele será benfiquista. É uma intensidade que eu não encontro em mais lado nenhum.” (John Mortimore)
O livro dá-nos a conhecer algumas curiosidades deste recinto desportivo. Por exemplo: nos tempos de Manuel Damásio, até existiu no estádio uma capela com Nossa Senhora da Luz; em 1960, Pedro Conceição, um antigo guarda-redes, morreu nas bancadas com a emoção, enquanto assistia à conquista de mais um Campeonato Nacional pelo Benfica; na Taça dos Campeões Europeus o Benfica goleou várias equipas entre as quais o Real Madrid, que em 1965 perdeu por 5 bolas a uma; uma vez até se esqueceu (literalmente) a Taça de Campeão Nacional por entre os painéis publicitários porque era uma coisa banal o Benfica ganhar o campeonato; em 1970, em jogo do Campeonato Nacional o Benfica deu 5-1 ao SCP, considerada a equipa em competição com a defesa mais sólida; nas meias-finais da Taça de Portugal, em 1972, humilhou com meia dúzia de golos sem resposta o rival FCP; Simão Sabrosa foi o último jogador a marcar no Estádio da Luz; a casa do FCP foi a Luz para uma competição europeia que a equipa portuguesa acabou por vencer; o Benfica foi o único clube, na história do futebol português, a ganhar sem derrotas um campeonato; etc. “Não se perguntava se o SLB tinha ganho, perguntava-se por quantos o SLB tinha ganho.”
Eusébio foi um dos jogadores mais talentosos que brilharam na Luz, a prová-lo estão os 298 golos marcados ao serviço do Benfica. “O Eusébio marcava um golo e arrancava direito à balia para ir buscar a bola, colocá-la no centro do terreno para o jogo recomeçar o mais rápido possível e assim poder marcar ainda mais um. Estivéssemos a ganhar por 1 ou por 10, era sempre assim. Aquela era uma época de grande ambição dos jogadores, em que, só o facto de se jogar com a camisola do Benfica, já era tudo na vida.” (ex-treinador e jogador, José Augusto)
Em 1996, Rui Costa, então jogador da Fiorentina, de regresso à casa que o viu nascer, marcou contra o Benfica e chorou num jogo de apresentação aos sócios benfiquistas. “Quando vi a bola entrar na baliza ia festejar porque o golo era da minha equipa, mas naquele preciso momento apercebi-me que estava pronto para festejar um auto-golo… quase. E saiu-me natural aquele descontentamento. Vieram-me as lágrimas aos olhos. É um dos momentos mais tristes da minha carreira, ma ter aquele estádio de pé a aplaudir-me foi uma coisa indescritível. Lembro-me que o Vítor Pereira veio ter comigo e disse-me uma coisa que eu nunca mais vou esquecer: “Goza este momento porque é único”. De facto, jogar no estádio como adversário e ser aplaudido depois de marcar um golo contra a equipa da casa… é uma imagem que eu tenho gravada…” (Rui Costa)
O livro dá-nos a conhecer algumas curiosidades deste recinto desportivo. Por exemplo: nos tempos de Manuel Damásio, até existiu no estádio uma capela com Nossa Senhora da Luz; em 1960, Pedro Conceição, um antigo guarda-redes, morreu nas bancadas com a emoção, enquanto assistia à conquista de mais um Campeonato Nacional pelo Benfica; na Taça dos Campeões Europeus o Benfica goleou várias equipas entre as quais o Real Madrid, que em 1965 perdeu por 5 bolas a uma; uma vez até se esqueceu (literalmente) a Taça de Campeão Nacional por entre os painéis publicitários porque era uma coisa banal o Benfica ganhar o campeonato; em 1970, em jogo do Campeonato Nacional o Benfica deu 5-1 ao SCP, considerada a equipa em competição com a defesa mais sólida; nas meias-finais da Taça de Portugal, em 1972, humilhou com meia dúzia de golos sem resposta o rival FCP; Simão Sabrosa foi o último jogador a marcar no Estádio da Luz; a casa do FCP foi a Luz para uma competição europeia que a equipa portuguesa acabou por vencer; o Benfica foi o único clube, na história do futebol português, a ganhar sem derrotas um campeonato; etc. “Não se perguntava se o SLB tinha ganho, perguntava-se por quantos o SLB tinha ganho.”
Eusébio foi um dos jogadores mais talentosos que brilharam na Luz, a prová-lo estão os 298 golos marcados ao serviço do Benfica. “O Eusébio marcava um golo e arrancava direito à balia para ir buscar a bola, colocá-la no centro do terreno para o jogo recomeçar o mais rápido possível e assim poder marcar ainda mais um. Estivéssemos a ganhar por 1 ou por 10, era sempre assim. Aquela era uma época de grande ambição dos jogadores, em que, só o facto de se jogar com a camisola do Benfica, já era tudo na vida.” (ex-treinador e jogador, José Augusto)
Em 1996, Rui Costa, então jogador da Fiorentina, de regresso à casa que o viu nascer, marcou contra o Benfica e chorou num jogo de apresentação aos sócios benfiquistas. “Quando vi a bola entrar na baliza ia festejar porque o golo era da minha equipa, mas naquele preciso momento apercebi-me que estava pronto para festejar um auto-golo… quase. E saiu-me natural aquele descontentamento. Vieram-me as lágrimas aos olhos. É um dos momentos mais tristes da minha carreira, ma ter aquele estádio de pé a aplaudir-me foi uma coisa indescritível. Lembro-me que o Vítor Pereira veio ter comigo e disse-me uma coisa que eu nunca mais vou esquecer: “Goza este momento porque é único”. De facto, jogar no estádio como adversário e ser aplaudido depois de marcar um golo contra a equipa da casa… é uma imagem que eu tenho gravada…” (Rui Costa)
O Estádio da Luz foi também o palco de 29 jogos da Selecção Nacional, nos quais se contabilizaram 19 vitórias, 8 empates e duas derrotas, com um total de 60 golos marcados e 15 sofridos. No dia 30 de Junho de 1991, o Estádio da Luz recebeu a final do Campeonato do Mundo de sub-20.
“Conseguimos mais um apuramento no Estádio da Luz, que era, de facto, um estádio de sorte para a Selecção Portuguesa.” (Hélder, ex-jogador do SLB)
“Recordo-me de comentarmos, antes do jogo, o facto daquele estádio ter sido quase sempre decisivo nos jogos de apuramento da Selecção Portuguesa. Dizíamos, entre nós, que era o talismã de Portugal. Sentíamos que, jogando na Luz, era meio caminho andado!” (Nuno Gomes, jogador do SLB)
Na parte final deste livro, há ainda algumas particularidades sobre a construção do novo estádio, como por exemplo: as cadeiras vieram por barco; o material utilizado era reciclado; tem 55 bares, etc.
755 dias foi o tempo que demorou a erguer o novo estádio, com lotação máxima de 65 mil espectadores. Na construção do novo estádio há que sublinhar a importância do vice-presidente para o património, Mário Dias, que foi incansável para a concretização desta infra-estrutura que hoje é orgulho de toda a nação benfiquista e um ponto de referência no panorama desportivo português. A inauguração aconteceu a 25 de Outubro de 2003.
“Conseguimos mais um apuramento no Estádio da Luz, que era, de facto, um estádio de sorte para a Selecção Portuguesa.” (Hélder, ex-jogador do SLB)
“Recordo-me de comentarmos, antes do jogo, o facto daquele estádio ter sido quase sempre decisivo nos jogos de apuramento da Selecção Portuguesa. Dizíamos, entre nós, que era o talismã de Portugal. Sentíamos que, jogando na Luz, era meio caminho andado!” (Nuno Gomes, jogador do SLB)
Na parte final deste livro, há ainda algumas particularidades sobre a construção do novo estádio, como por exemplo: as cadeiras vieram por barco; o material utilizado era reciclado; tem 55 bares, etc.
755 dias foi o tempo que demorou a erguer o novo estádio, com lotação máxima de 65 mil espectadores. Na construção do novo estádio há que sublinhar a importância do vice-presidente para o património, Mário Dias, que foi incansável para a concretização desta infra-estrutura que hoje é orgulho de toda a nação benfiquista e um ponto de referência no panorama desportivo português. A inauguração aconteceu a 25 de Outubro de 2003.
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