"Em busca dos sinais"
06:12Nestes dias, mais predispostos à reflexão interior, convido-vos a ler excertos de um texto de Paulo Coelho...
"Podemos achar que tudo o que a vida nos oferece amanhã é repetir o que fizemos ontem e hoje. Mas, se prestarmos atenção, vamos reparar que nenhum dia é igual ao outro. Cada manhã traz uma bênção escondida; uma bênção que só serve para este dia, e que não pode ser guardada ou reaproveitada. Se não usarmos este milagre hoje, ele se perderá.
Este milagre está nos detalhes do quotidiano; é preciso viver, entendendo que a cada instante temos a saída para o problema, a maneira de encontrar o que está faltando, a pista certa para a decisão que precisa ser tomada para mudar todo o nosso futuro.
Mas como ter coragem para isso? No meu entender, Deus fala connosco através de sinais. É uma linguagem individual, que requer fé e disciplina para ser totalmente absorvida.
(…)
Os monges do deserto afirmavam que era necessário deixar a mão dos anjos agir. Para isto, de vez em quando faziam coisas absurdas - como falar com flores ou rir sem razão. Os alquimistas seguem os “sinais de Deus”; pistas que muitas vezes não fazem sentido, mas que terminam levando a algum lugar.
“O homem moderno quis eliminar as incertezas e dúvidas de sua vida. E terminou por deixar sua alma morrendo de fome; a alma se alimenta de mistérios”
"Podemos achar que tudo o que a vida nos oferece amanhã é repetir o que fizemos ontem e hoje. Mas, se prestarmos atenção, vamos reparar que nenhum dia é igual ao outro. Cada manhã traz uma bênção escondida; uma bênção que só serve para este dia, e que não pode ser guardada ou reaproveitada. Se não usarmos este milagre hoje, ele se perderá.
Este milagre está nos detalhes do quotidiano; é preciso viver, entendendo que a cada instante temos a saída para o problema, a maneira de encontrar o que está faltando, a pista certa para a decisão que precisa ser tomada para mudar todo o nosso futuro.
Mas como ter coragem para isso? No meu entender, Deus fala connosco através de sinais. É uma linguagem individual, que requer fé e disciplina para ser totalmente absorvida.
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Os monges do deserto afirmavam que era necessário deixar a mão dos anjos agir. Para isto, de vez em quando faziam coisas absurdas - como falar com flores ou rir sem razão. Os alquimistas seguem os “sinais de Deus”; pistas que muitas vezes não fazem sentido, mas que terminam levando a algum lugar.
“O homem moderno quis eliminar as incertezas e dúvidas de sua vida. E terminou por deixar sua alma morrendo de fome; a alma se alimenta de mistérios”
(...)
Existe um exercício de meditação que consiste em acrescentar - geralmente durante dez minutos por dia - um motivo para cada uma de nossas acções. Um exemplo: "eu agora leio o jornal porque quero me informar. Eu pensei agora em tal pessoa, porque tal assunto que li me levou a isto.
(...)
Buda chama isto de "atenção consciente". Quando nos vemos repetindo a mais comum das rotinas, nos damos conta da riqueza que cerca nossa vida. Compreendemos cada passo, cada atitude. Descobrimos coisas importantes e pensamentos inúteis.
No final de uma semana - a disciplina é sempre fundamental - estamos mais conscientes de nossas faltas e distracções, mas também entendemos que, em certos momentos, não havia nenhum motivo para agirmos como agimos, e seguimos nosso impulso, nossa intuição; é aí que começamos a compreender esta linguagem silenciosa que Deus usa para nos mostrar o caminho certo. Chamem de intuição, sinal, instinto, coincidência, não importa o nome – o que importa é que, através da “atenção consciente”, nos damos conta que estamos muitas vezes sendo guiados para a decisão certa. E isso nos deixa mais confiantes e mais fortes."
Buda chama isto de "atenção consciente". Quando nos vemos repetindo a mais comum das rotinas, nos damos conta da riqueza que cerca nossa vida. Compreendemos cada passo, cada atitude. Descobrimos coisas importantes e pensamentos inúteis.
No final de uma semana - a disciplina é sempre fundamental - estamos mais conscientes de nossas faltas e distracções, mas também entendemos que, em certos momentos, não havia nenhum motivo para agirmos como agimos, e seguimos nosso impulso, nossa intuição; é aí que começamos a compreender esta linguagem silenciosa que Deus usa para nos mostrar o caminho certo. Chamem de intuição, sinal, instinto, coincidência, não importa o nome – o que importa é que, através da “atenção consciente”, nos damos conta que estamos muitas vezes sendo guiados para a decisão certa. E isso nos deixa mais confiantes e mais fortes."
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