Bolo-Rei

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O bolo-rei é a doçaria típica desta época festiva. As frutas cristalizadas, os frutos secos (como nozes, amêndoas e pinhões), a fava e o brinde caracterizam o famoso bolo-rei. Actualmente, este bolo com formato de coroa, feito de massa levedada (massa de pão), já não contém nem fava nem brinde, porque foram proibidos.

Simbologia

Este bolo representa os presentes oferecidos pelos Reis Magos ao Menino Jesus. Assim, a côdea simboliza o ouro, as frutas cristalizadas e os frutos secos representam a mirra e, por fim, o aroma do bolo simboliza o incenso.

A Lenda

Há uma lenda que explica a existência da fava no interior do bolo-rei. A lenda conta que os Reis Magos, quando viram a Estrela de Belém, que anunciava o nascimento de Cristo, disputaram entre si o direito de entregar ao Menino Jesus os presentes que levariam. Como não conseguiam chegar a um acordo, um padeiro propôs-lhe fazer um bolo com uma fava no interior da massa, em seguida, cada um dos três Magos do Oriente tiraria uma fatia e o que tivesse a sorte de retirar a fatia que incluísse a fava, entregaria os presentes a Jesus. Desconhece-se qual foi o feliz contemplado.

Origem

O bolo-rei tem origens francesas, embora a sua receita tenha corrido mundo. A fama de proporcionar prosperidade a quem comesse a fatia com a fava, fez com que a popularidade do bolo-rei crescesse. A tradição dita ainda que quem receber a fatia com a fava, tem de oferecer o bolo-rei no ano seguinte.

História

O sistema de eleição dos romanos recorria à votação com favas. Esta prática foi introduzida nos banquetes das Saturnais, durante as quais se procedia à eleição do Rei da Festa (também chamado Rei da Fava). Ao que parece, este costume teve origem num jogo de crianças, muito frequente durante aquelas festas e que consistia em escolher o rei, tirando-o à sorte com favas. O jogo acabou por ser adaptado pelos adultos, que passaram a utilizar as favas para votar nas assembleias.

Sendo aquele jogo infantil característico do mês de Dezembro, a Igreja Católica passou a relacioná-lo com a Natividade e, depois, com a Epifania, ou seja, com os dias 25 de Dezembro e 6 de Janeiro. Na Idade Média, a influência da Igreja determinou a instituição do Dia de Reis.

De qualquer modo, a festa de Reis começou a ser celebrada na corte dos reis de França, muito cedo. O bolo-rei teria surgido no tempo de Luís XIV para as festas do Ano Novo e do Dia de Reis. Vários escritores escreveram sobre ele e Greuze celebrou-o num quadro, com o nome de Gâteau des Rois. Com a Revolução Francesa , em 1789, este bolo foi proibido. Mas, uma vez que os pasteleiros tinham ali um bom negócio, não o eliminaram das suas confecções e passaram a designá-lo “Gâteau des Sans-Cullottes”.

Bolo Rei em Portugal

Tanto quanto se sabe, a primeira casa onde se vendeu o bolo-rei foi na Confeitaria Nacional (Lisboa), certamente depois de 1869. Gradualmente, a receita do bolo-rei foi-se generalizando. Outras confeitarias passaram a fabricá-lo, o que deu origem a versões diversas, que de comum tinham apenas a fava. Inicialmente, só era fabricado na véspera do Dia de Reis, mas a partir de 1920, a Confeitaria de Cascais passou a ter bolo-rei quase todos os dias. Depois da proclamação da República, não chegou a ser proibido, mas andou lá perto. Com excepção desse período, a história do bolo-rei é uma história de sucesso.

Embora o consumo do bolo-rei seja mais significativo entre finais de Novembro e o dia 6 de Janeiro, o gosto por este bolo faz com que seja vendido durante todo o ano.

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