Em sintonia...

13:39

Questiono os dias sobre a nossa situação. Interrogo a vida pelo falhanço dos anos que passaram por nós. Indago a um destino desacreditado se as coisas terão um rumo diferente. Pergunto-me se haverá lugar para o nosso sonho.

Pedimos os máximos, mas, na verdade, parece que até os mínimos são inalcançáveis para nós. Crescemos; contudo, as nossas pernas ainda não têm o tamanho suficiente para pular mais alto e conseguir agarrar os ideais que se penduram na torre da realidade longínqua.

Queria dizer-te no presente, com o mesmo entusiasmado de dias idos, que continuo a acreditar. Porém, não te posso vender crenças que já não alimento! Já deixei de ver a luz para além das sombras que escurecem os nossos caminhos. Já me cansei de visitar a ilusão da esperança com regularidade, pois as descobertas da verdade revelam-se tão óbvias que não dão margem para as extravagâncias dos desejos.

Não seria justo apregoar que as mudanças estão para breve. O tempo arrasta-se pausadamente pelos nossos dias, confirmando-nos o quão contraditório seria crer nas mudanças.

Voltaremos um dia a ter algum tipo de fé? Precisamos das coisas que são corriqueiras para os outros, mas que para nós são verdadeiras provas de fogo (algumas inultrapassáveis!). Apesar de tudo, nós é que permanecemos agarradas a paradigmas desactualizados, viciadas numa letargia invulgar, rendidas a um optimismo infundado, passíveis perante as nossas expectativas injuriadas.

Vencemos metas que muitos desconhecem. Somos resistentes e orgulhamo-nos disso. Lutamos até ao fim por ver o eclodir das vontades mais elementares. Persistimos em objectivos importantes, todavia as rupturas não fazem parte da nossa filosofia, gostamos da continuidade. Talvez chegue um dia a hora de sermos radicais na atitude e mais firmes ainda no pensamento.

Gostava tanto que tudo tivesse sido diferente connosco ou, aliás, que tivesse antes sido tudo igual aos outros. Faz-nos falta o descontrolo trazido pelos problemas de nulidade, pelas iras de momento, pelos desatinos banais. Se tivéssemos deixado tudo isso viver em nós, provavelmente, estaríamos numa sintonia positiva…

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