No teu encalce

15:14

Estranhamente, hoje, preferia a companhia do meu PC a ter que te aturar com os teus falsos problemas, com as tuas pseudo-angústias, com os teus tormentos de alma tão bem fingidos. Sinto-me cansada de ter que suportar os teus exageros e os teus dramas, a tua mania do egocentrismo e a tua obsessão de que o mundo inteiro conspira contra ti.

Mete-me confusão perceber que em cada pessoa que se tenta aproximar de ti tenhas que ver um inimigo, que te obrigue a tomar cuidado e a carregares armas e armaduras que, supostamente, te protegem de todos os ataques. Será que não consegues perceber que não podes passar a vida a proteger-te de ataques que nunca se chegam a processar para além do cenário da tua imaginação? Tu inventas cada coisa... Ninguém te persegue permanentemente à espera das falhas que possas cometer.

Ninguém em lado nenhum, em tempo algum, poderá dizer que nunca falhou, porque todos nós falhamos em algum instante da vida. Essas falhas poderiam ser evitadas? Talvez. Essas falhas foram causadas por terceiros? Podem ter sido um contributo, mas não decisivo. Essas falhas foram consequência directa de conjunturas adversas? O contexto tem sempre alguma influência, mas por si só não justifica.

No teu caso, considero que o teu medo reside precisamente na incapacidade de assumires que és falível como qualquer ser humano. Então, para que os demais não notem, não permites que alguém se aproxime de ti ou afastaste pouco antes do momento em que a probabilidade de falhares aumenta.
Gostava que desses uma oportunidade a ti próprio. Tenta aprender a reconhecer que falhaste e não te envergonhares disso (o que pressupõe que tenhas que deixar de acusar tudo o resto que te rodeia, todas as pessoas que interagem contigo). Tenta relativizar os problemas para contornares o desespero de não conseguires encontrar uma resolução.

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