Pontes!

02:07

Gostas de pontes à noite, de manhã, ao final da tarde, em dias de chuva, em dias de sol, em dias de semana, ao fim-de-semana, a pé ou de carro. Gostas de pontes que te ligam a outras pessoas, a culturas desconhecidas, a realidades diferentes, a mundos novos. Quanto mais alta é a ponte, mais admiração te suscita pelo facto de estar mais perto do céu, mais longe do mundo terreno – acima de tudo o que é mesquinho e leviano.

É das pontes que conseguimos ver o horizonte, para além dos prédios, das igrejas, dos teatros, dos bares, dos cinemas, dos carros, dos comboios, do movimento das pessoas. O horizonte não aparece recortado e parcial, apresenta-se em pleno… É das pontes que temos o distanciamento do que nos atormenta lá em baixo ou de um lado ou de outro. Atravessar as pontes significa ir para o outro lado ou voltar, mas há sempre um tempo entre o ir e o voltar que é precioso para pensar e ver o horizonte.

Durante a noite, gostas de ver as luzes que se acendem de um e de outro lado da ponte. É à noite que o sossego da ponte combina com a tua tranquilidade. De dia, gostas de apreciar o contraste entre a agitação febril de um lado e a pacatez sonolenta do outro lado. De manhã, gostas de ver a claridade de um novo dia. Ao final da tarde, gostas das pontes que te afastam do cansaço do trabalho e da rotina das tarefas. Em dias de chuva, agrada-te ver a água invadir o território da ponte, insistindo em permanecer (ao contrário de tudo aquilo que por ela passa). Em dias de sol, as pontes fazem sentir-te mais próxima do calor e da energia. Em dias de semana, a caminho ou no regresso do trabalho experimentas uma certa sensação de vertigem sempre que atravessas as pontes. Aos fins-de-semana, a caminho ou no regresso dos locais de lazer e divertimento experimentas a sensação de vertigem associar-se à adrenalina da antecipação. A pé, aprecias a velocidade dos carros. De carro, aprecias a velocidade dos que caminham.

You Might Also Like

0 apontamentos

Total de visualizações

Procurar no blogue