Sobra tão pouco de ti

18:16

Sem que te apercebas, quase não existes.
Os teus gestos são meros ensaios visuais
Para um público mudo e quedo.
Excedeste as palavras que não pronuncias
E vais continuando aflito e sozinho
Nessa rusga dos que desconheces.
Apareces, nebuloso e entusiasmado,
Num lugarejo perdido atrás dos montes.
Um ancião ignora-te ao passar
E tu regressas desanimado,
Porque não houve um olhar trocado.
Porque estranhas, afinal?
Não é isso que fazes todos os dias
Quando aqueles com quem te cruzas
Te sorriem num silêncio fingido?
Apenas viras a cara, enfadado, e enjeitas.
Há agora tão pouco de ti…

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