Manifesto anti-“jornalistas”

04:32

Sois uns vendidos
Renegais os princípios estruturantes com uma leviandade plasmada
Não vos interrogais
Só vos preocupais com as contrapartidas financeiras ou estatutárias
Subestimais a dignidade (a vossa e a dos outros)
Quereis as palmadinhas nas costas e as mãos recheadas
Orgulhais-vos disso
Preocupava-os tudo aquilo que não é essencial.
Tentais passar a perna aos pouco entendidos, mas com dinheiro no bolso

Levantar o rabo para ir ter com o entrevistado?
Não vale a pena incomodar-se senhor jornalista!
Afinal, para que existem os telemóveis de 3ª geração e as placas portáteis de Internet?
Chegar-lhe-ão por e-mail.

Já agora, se puder, envie também fotografias.
Não importa se respeitam os critérios de fidedignidade, se foram tiradas naquela circunstância ou noutra semelhante. Afinal quem vai dar conta?

Os assessores são aliados indispensáveis, mesmo quando não sabem trabalhar.
Às vezes, mandais os textos ao vosso revisor, curiosamente a pessoa que entrevistaram.
Fazeis as correcções e os reparos, sem questionar, sem rejeitar.
Sois inseguros e medricas.

Por fim, a vossa consciência adormece segura de que fez o melhor que podia.

Ouço-vos lamentar que as pessoas aqui não ligam, não lêem jornais.
Pudera! Também eu o faria!
Conhecem-vos os vícios e a falta de trabalho.
Gostais de almoçaradas e de abusar das redes de contactos que acabam por se criar ao fim de alguns tempos.

Os dinheiros públicos ou privados são desviados à frente dos vossos olhos esbugalhados, mas esperais ver alguns tostões caírem para o bolso.
As investigações e denúncias ficam engavetadas.
O que importa é a promiscuidade, afinal ela é bem mais lucrativa do que a independência.

Para mim, os cínicos continuam a não servir para este ofício sem intervalos para pausas, daqueles do “vou ali já volto” só para ganhar uns extras ou beneficiar de algum privilégio.

Algumas pessoas não gostam dos jornalistas e com legitimidade.
Não as podeis censurar, porque trabalhais como escriturários e inventores de meia dúzia de caracteres, porque revestis assuntos do mais hediondo desinteresse de alegada informação útil, relevante e cívica.

Envergonhais a classe e eu só não quero acabar assim!

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