Um adeus inadvertido

16:04


Amanhã vais partir. Soube-o ontem, desejando que as certezas se desvanecessem ainda hoje. O coração não passa no estreito das inquietações. Sente-se demasiado apertado. Tenta rodar, fazer uma cambalhota, rebolar, pular, mas não consegue desembaraçar-se.

Ficam as saudades, como a lembrança mais premente das promessas firmadas no porvir. Ficam os sonhos, como a garantia da cumplicidade remota. Fica o perfume dessas palavras, como o esforço mútuo de zelar por essa identidade paralela.

Não sabia que, um dia, teria que te dizer adeus, neste silêncio sombrio. E nesta egoísta forma de ter sem possuir, penso em roubar-te e pedir um resgate a mim mesma. Só na vã tentativa de me sentir a lutar por ti.

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