Desinteresses
14:00Mete-me confusão o desinteresse dos que se acomodam nos tortuosos caminhos da felicidade. Encontram um simulacro de oásis e basta-lhes. Não procuram as raízes dos contornos que vêem, as verdadeiras essências, as inevitáveis lacunas, as matizes de cada ângulo.
Ficam como que deslumbrados e apatetados com as primeiras impressões. Os pés fixam-se no tapete das satisfações. Não correm atrás da hiperbole da felicidade e parecem até não acreditar na sua possibilidade. Vivem num estilo de vida rotineiro que não os incomoda, que não os aborrece, que não os cansa. As mãos, essas, não se soltam para agarrar oportunidades ou desafios.
E, depois, ficam aprisionados porque consentem abdicar da liberdade. O problema é que no final dessa carta branca há o carimbo do desfecho, natural ou forçado, com ou sem sentido. Aí, a falsa acalmia desaparece de repente e sofre-se realmente.
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