Ciclo(s) de sempre

08:46


Recordo-me da expectativa de levar todos os amigos que aprenderam a escrever e a contar comigo para a nova escola, da ansiedade de ter nove professores e tantas salas no horário. O desafio parecia desproporcionado para o meu tamanho.

À tona das memórias perenes, estão os jogos de futebol para consolidar os ensinamentos de matemática; as correrias após o toque da campainha, em direcção à cantina; as tardes soalheiras a tentar ganhar uns berlindes ou a saltar à corda; o relembrar da matéria antes do teste, sob o sorriso largo da funcionária; as festas de final de ano a prenunciarem mais um ciclo e, claro, o clube de jornalismo como marco simbólico de que o meu caminho começou ali.

Mais tarde, revisitei-a pelos olhos da minha irmã, que se cruzou com alguns daqueles que serão sempre os meus professores e conheceu alguns recantos que me pertenciam. Um dia, movidos pelo desejo de regressar, calcorreei-a com um amigo. Saímos saudosos dos edifícios e do ambiente do nosso tempo.

Mas os portões e as paredes desta escola nunca envelhecerão connosco. Permanecerão fiéis às nossas lembranças, como tatuagem da nossa identidade. Esta escola resgata a saudade de voltar a ter um quadro de lousa à minha frente e a vontade de fazer nascer os sonhos com a mesma fé e a mesma esperança.

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