Crítica mais que merecida: justa!

14:27

O derby lisboeta entre Sporting e Benfica, de ontem à noite, acabou da pior forma para os encarnados, que arrecadaram mais uma derrota na Superliga. Agora é altura de apurar responsabilidades. Será a culpa do treinador? Dos jogadores? Do árbitro? A culpa está repartida por todos eles. A minha crítica vai direitinha à atitude da equipa (incluindo técnicos).
Sim, o mister Trapattoni aposta num guarda-redes que, embora experiente, já deu provas que não tem qualidades como as do jovem Moreira. Pois é, o treinador continua a “castigar” este último pela pesada derrota frente ao Belenenses, o que é inadmissível! (O Quim quase se arriscava a sofrer um golo do meio do campo, também não será suficiente para puni-lo com um jogo no banco?)
Com o melhor guardião das redes encarnadas no banco, o senhor Geovanni ainda não achou suficiente. Nuno Gomes esteve parado cerca de dois meses, por lesão, e é titular, quando há outras alternativas como o Karadas, o Sokota e/ou o Mantorras. É correcto: Nuno Gomes teve 100% de eficácia, como dizia a legenda da Sportv aquando da marcação do único golo das águias. A legenda não deixa de ser legítima, dado que da única vez que tocou na bola, o avançado colocou-a no fundo das redes do adversário. Embora nos restantes minutos do jogo, a ineficácia do ponta-de-lança tenha tido o mesmo valor: 100%, pois esteve completamente apagado.
O que não se compreende são as substituições do treinador Trapattoni (talvez nem ele próprio as perceba). De todas, a mais flagrante é mesmo a troca de João Pereira por um defesa já amarelado, Argel, e já o Benfica estava a perder (é sempre importante defender um resultado negativo!).
O outro problema está na atitude da equipa em campo! Seja contra os grandes, seja com os outros clubes, a equipa encarnada anda completamente à deriva (será que esquecem as jogadas estudadas nos treinos?!), não faz as devidas marcações aos adversários, já para não falar que a linha de alcance das águias acaba na linha de meio-campo (será uma táctica defensiva que determina remates à baliza do adversário e eventuais golos?!). Ontem ficou provado que os sectores defensivos e ofensivos não estão coordenados, revelando uma equipa inoperante, assim, não há nada que possamos fazer para além de, infelizmente, lamentar.
A solução passaria por uma coisa tão elementar como isto: mandar a equipa toda aprender valores como esforço, organização, espírito de equipa, fair-play, disciplina e “amor à camisola”. Só quando a equipa encarnada adquirir estes princípios poderá triunfar dignamente!
O esforço passa por lutar pelos objectivos do Benfica acima de tudo, sem prevalecerem interesses pessoais; a disciplina passa por cumprir normas e regras, os treinadores e adjuntos devem assumir e exercer a sua autoridade, ainda que tolerem alguma permissividade; a organização exige cooperação entre todos para alcançar fins comuns; o espírito de equipa não passa, de certeza, pelo individualismo dos jogadores que procuram “brilhar” pelas suas fintas e remates (uma jogada é sempre construída por mais que uma pessoa!); o fair-play é essencial para um bom espectáculo de futebol e implica o respeito e a interajuda entre os rivais (isto aplica-se a todos aqueles que estão dentro e fora das quatro linhas); a disciplina implica obedecer, com educação e respeito, ao que é imposto; o “amor à camisola” significa jogar por prazer, mas com garra, com ânsia de vencer.
Actualmente, no Sport Lisboa e Benfica vemos guerrilhas mediáticas levadas a cabo pelos seus dirigentes, desviando a atenção do que interessa; assistimos a comportamentos de indisciplina e, no fim, ainda temos que levar com o treinador a admitir falta de personalidade dos jogadores.
A desconcentração dos jogadores não justifica a derrota! E é triste chegar ao flash-interview e ver os encarnados simplesmente conformados, quando muito desculpabilizando-se com a arbitragem ou assumindo pateticamente erros. Enquanto que os benfiquistas, em geral, tentam procurar explicações.
O clube das águias vale mais pelos simpatizantes, adeptos e sócios do que pelos dirigentes, técnicos e jogadores que os representam.

Os verdadeiros merecedores de glória, no meio de toda aquela trapalhada de ontem, são os benfiquistas! Estamos todos de parabéns, porque de uma coisa o Benfica nunca se poderá queixar: da falta de apoio das massas, isso é algo de que o clube se pode orgulhar.
Talvez o senhor Trapattoni ande a testar os jogadores a cada jogo, fazendo-os alternar de posição, para conseguir chegar ao último jogo do campeonato e apresentar a equipa ideal. Porém, nessa altura, os pontos somados não lhe permitirão estar no topo da tabela classificativa.
A actuação do árbitro é alvo de críticas válidas. Ponto número um: não devia ter expulso o jogador sportinguista, Rui Jorge, porque contribuiu, em muito, para que a qualidade do espectáculo descesse nem tão pouco do defesa encarnado Alcides. Ponto dois: demasiado nervoso na mostragem de cartões amarelos em situações inoportunas. Ponto três: a arrogância do avançado leonino, Liedson, devia ter sido punida de forma exemplar, por palavras e por acções (simulação de faltas nas barbas do senhor Duarte Gomes). E haveria com certeza muitos outros pontos, de menor relevância, a acrescentar.

Hoje estou mesmo irritada com a exibição de ontem do clube do meu coração. Apesar de tudo, o meu benfiquismo inflexível ainda me leva a dizer que o Benfica merecia, pelo menos, empatar só por consideração a todos aqueles que, tal como eu, apoiam o clube com toda a energia!

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