Cérebro humano: diferenças entre Homem e Mulher

14:24

Na penúltima edição da revista “Visão”, encontrei um artigo no qual se distinguia o cérebro feminino do masculino... O cérebro é um dos órgãos humanos em constante mutação, devido ao uso de medicamentos, estimulantes, dietas, drogas, etc. “A capacidade de mudar é fenomenal, é o que o cérebro faz melhor” (Jay Giedd, psiquiatra). Mas, porque “o cérebro é um órgão sexual” (Sandra Witelson, neurologista que ficou célebre pelo seu estudo sobre o cérebro de Einstein) importa saber, afinal, quais são as diferenças entre Homem e Mulher.

Existe um feixe de fibras nervosas que liga os dois hemisférios do cérebro. Este feixe foi considerado a chave do desenvolvimento intelectual. Há estudos que mostram que é maior nas mulheres; razão pela qual o lado direito emotivo do cérebro delas está em maior contacto com o lado esquerdo analítico. Desta forma, as mulheres parecem ter mais ligações entre os dois hemisférios e, em determinadas regiões cerebrais, têm uma maior densidade de neurónios. Assim, para desempenhar certas tarefas, as mulheres usam, tendencialmente, mais partes do cérebro (o que explica a melhor recuperação de uma trombose nas mulheres, visto que as partes saudáveis compensam as lesadas).
Já os homens pensam com regiões mais concentradas do cérebro na generalidade das tarefas que executam, quer seja na resolução de problemas matemáticos, na leitura de livros ou na vivência de estados de espírito de angústia e tristeza.

Com base no supra-referido, compreende-se que haja diferenças no modo de lidar com as emoções. No geral, as mulheres são mais capazes de verbalizar as suas emoções; os homens tendem a isolar as suas preocupações e seguir em frente. Algumas experiências mostram que as bebés, quando confrontadas com o fracasso, tendem a desistir e a chorar com facilidade, enquanto os bebés se mostram irritados e persistem, de acordo com Sandra Witelson. O que ainda não se sabe é se esses padrões comportamentais persistem na idade adulta.
Estudos revelam que os homens têm uma probabilidade ligeiramente superior de dizer coisas sem pensar nas consequências. O cérebro de uma mulher é mais interligado e mais indicado para o tipo de diplomacia cautelosa.

Em relação ao tamanho, há também desigualdades: o cérebro masculino é 10% maior do que o feminino. No entanto, o tamanho não é sinónimo de melhor desempenho intelectual, visto que homens e mulheres obtêm resultados semelhantes nos testes de QI.
O cérebro das raparigas atinge a maturidade aos onze anos, enquanto o dos rapazes amadurece três anos mais tarde, como provam os estudos de Giedd. Especificamente, algumas das regiões envolvidas no raciocínio mecânico, concentração visual e raciocínio espacial parecem amadurecer quatro a oito anos mais cedo nos rapazes. As partes que controlam a fluência verbal, a escrita e o reconhecimento de rostos familiares amadurecem vários anos mais cedo nas raparigas.

Mesmo parecendo algo antiquado, alguns investigadores defendem que as escolas mistas não são aconselháveis, tendo em conta que o cérebro das raparigas amadurece mais cedo e o processo de ensino-aprendizagem não considera esse dado. Leonard Sax, médico e psicólogo, diz que “Se pedirmos a uma criança que faça algo apropriado para ela do ponto de vista do desenvolvimento mental, ou falhará ou criará aversão pela matéria. (…) Aos 12 anos, teremos raparigas que não gostam de ciência e rapazes que não gostam de ler. (…) A razão pela qual as mulheres estão mal representadas na Ciência Informáticas e na Engenharia não é não poderem dedicar-se a essas matérias. É devido à forma como foram ensinadas”. Actualmente, as mulheres estão em maioria em todas as faculdades com excepção das de ciências informáticas, metalúrgicas, metalomecânicas e desporto.

Nuno Crato, presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, afirma que: “É natural que existam diferenças genéticas entre os cérebros das mulheres e os dos homens, mas a diversidade genética deve ser muito reduzida, comparada com a cultural. (…) Se alguma vez notei diferenças intelectuais entre elas e eles, foi com vantagem para as mulheres, que me parecem mais reflectidas e organizadas.” Esta opinião vem contrariar a ideia de que as mulheres são menos aptas para as áreas que envolvem a matemática e as ciências.

No final do artigo, foram lançadas algumas perguntas, nas quais vale a pena reflectir: por que razão há mais rapazes que raparigas com desordens de aprendizagem, autismo, problemas de défice de atenção e esquizofrenia? Por que razão há agora menos rapazes que raparigas a ir para a faculdade?
Este artigo é, indubitavelmente, mais um contributo brilhante para a manutenção da eterna guerra dos sexos!

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