Depois da burocracia: os erros informáticos!

14:46

Para obter a simples actualização de um documento (que nada mais exigia que uma impressão de duas páginas A4) foi necessária uma espera de três horas, numa fila interminável. Após esse tempo, a frase proferida pelo funcionário foi: “o sistema não me deixa entrar” e, dessa forma, o assunto foi adiado para a tarde.
Além da impaciência causada pelo facto de estar de pé, com mais de duas dezenas de pessoas à frente, o que mais irrita é verificar que o velho sistema de “cunhas e favores” funciona em qualquer sítio, até numa repartição de Finanças apinhada de gente saturada, cansada, aborrecida, desatenta e alheia ao referido sistema.
O facto dos funcionários públicos trabalharem a uma velocidade que, com certeza, não seriam multados por excesso de velocidade no radar, poder-se-á apontar como outro factor da morosidade. Ao longo da manhã, os funcionários vão tomar café durante largos minutos, enquanto os pedidos se acumulam, enquanto os ponteiros do relógio avançam até à hora do fecho para almoçar. A esta rotina pode anexar-se as conversas paralelas de considerável duração, a falta de simpatia e de tolerância perante as dúvidas e alguma incompreensão de cláusulas de documentos e afins, por parte de alguns utentes menos esclarecidos.
Entretanto, as pessoas apoiam-se no balcão à espera de um atendimento de qualidade, afinal o único atendimento que é devido. Nos balcões reina a confusão: misturam-se os assuntos a tratar e a consulta de arquivos é feita durante horas, ocupando um grande espaço.
Para cúmulo, numa parede, está um cartaz no qual se enunciam os 10 direitos do contribuinte; logo à cabeça, refere-se que o contribuinte tem que ser atendido com “simpatia, educação, clareza e rapidez”. Comentário: mais um colapso entre a teoria e a prática, mais uma afronta ao senso comum.
E assim andam as coisas neste país, onde se quer informatizar a burocracia problemática em prol da satisfação das necessidades dos cidadãos, mas que, a avaliar pela interacção entre o sistema e os utilizadores, as coisas vão mesmo de mal a pior.

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