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BENFICA: Campeão Nacional de Futebol 2004/05

Esta é a prometida “grande reportagem” sobre o jogo, da última jornada da Superliga, que deu o título de Campeão ao Sport Lisboa e Benfica.

Ontem o Benfica sagrou-se campeão da Superliga, no Estádio do Bessa, concedendo um empate à equipa da casa, o Boavista. O resultado final (1-1) foi suficiente para conquistar o ponto mais decisivo da época. Este foi o campeonato atipicamente equilibrado e renhido, do qual poucos se esquecerão, nomeadamente a nação benfiquista.

Como benfiquista ferrenha não podia deixar de felicitar o SLB no meu espaço da web! Aproveito também para deixar os parabéns a todos os benfiquistas que acompanham o SLB com paixão.
Assim, este post é dirigido especialmente a todos os benfiquistas que, tal como eu, sofreram a cada jogo, quase perderam a cabeça quando tudo parecia irremediavelmente perdido, festejaram efusivamente cada golo: gritaram, saltaram, riram, em poucas palavras: a todos aqueles que acreditaram, sempre e até ao fim, ser possível! Os últimos jogos do Benfica foram mesmo uma questão de nervos. A minha avó é testemunha do quanto eu sofri nos derradeiros jogos do Glorioso, particularmente com o Penafiel…

Aqui o bilhete que garantiu a minha presença num grande espectáculo de futebol e numa emoção vibrante que durou muito mais que os 90 minutos do jogo. Como obtê-lo: acordar às 7h, na segunda-feira passada, tomar o pequeno-almoço a correr, apanhar o metro, descobrir o Bessa por entre a chuva miudinha que caía. 8h15m lá estava eu às portas das bilheteiras, debaixo de um temporal, com mais de duas dezenas de pessoas à minha frente. Uma espera de duas horas e eis o esforço recompensado! Ah! E porque houve alguém no meio da multidão vermelha que circulava nas imediações do estádio, depois do jogo ter terminado, que comentou que este era “um bilhete precioso”, deixo-vos com uma fotografia do mesmo e vou guardá-lo muito bem.

O dia de ontem foi inesquecível. Chego à Avenida da Boavista e pergunto-me: “estarei no Porto?” Passo a explicar: muita gente de vermelho e branco, bancas espalhadas pela avenida para vender tudo o que era relativo ao Glorioso, um clima de furor encarnado, frenético e contagiante!

O aquecimento do 12º jogador: a preparação em plena Avenida da Boavista, cujo trânsito esteve condicionado sem, contudo, evitar que alguns carros, com adeptos portistas q.b. exaltados, passassem por lá em clara afronta aos benfiquistas. Felizmente sem incidentes.

Os benfiquistas multiplicavam-se à medida que me aproximava do estádio. Aí era mesmo a loucura: uma multidão febril e ávida de triunfo. Porém, num dia que só deu Benfica, o convívio entre os adeptos dos dois clubes foi pacífico e até animado (por exemplo, antes do jogo, um boavisteiro até me apelidou de “moura encantada”). Registo também para o enorme aparato mediático e policial que rodeou este jogo.

As portas do estádio abriram às 16.45h. Como fui das primeiras pessoas a entrar no estádio, não podia deixar de registar o contraste entre os cenários:

O antes…

E o depois…

Naquela espera prolongada havia ansiedade nas bancadas, disfarçada sob a forma de cânticos exaltados ao Glorioso.

Por volta das 19h, o aquecimento dos guarda-redes, no qual o Moreira deu um verdadeiro show de toques na bola. Mereceu um aplauso entusiasta, sobretudo, da claque dos Diabos Vermelhos, que foram incansáveis e imparáveis antes, depois e especialmente durante o jogo.

Alguns minutos depois, os restantes jogadores pisam o relvado do Bessa, debaixo de um forte aplauso, para os habituais exercícios de aquecimento.

Aqui a equipa encarnada a pousar para os imensos fotógrafos, profissionais e amadores, que por lá se encontravam.

Um minuto de silêncio em homenagem ao ex-jogador do União de Leiria, João Manuel, enquanto se ouviam sonoras palmas nas bancadas.

Aqui o momento em que Simão Sabrosa converte a grande penalidade. Com estilo, ao seu jeito, sem hipótese de defesa. Foi a exaltação unânime! 3 minutos depois quem acabou por sofrer fomos nós: uma falha da defesa na marcação e a desatenção evidente de Quim.

Intervalo. Saída dos jogadores, cabisbaixos, mas confiantes na manutenção daquele resultado.

Intervalo para uns, aquecimento (pautado pela boa disposição e alguma descontracção) para outros.

Antes do recomeço do jogo, retomam-se posições. Não houve registo de alterações no onze inicial.

Apito e segunda parte. Faltavam só 45 minutos para conseguir mais um êxito que prometia festa pela madrugada.

Aqui a substituição mais desejada pelos benfiquistas. Trappatoni faz entrar Mantorras. É o contentamento nas bancadas.

Final do jogo: jogadores não cabiam em si de satisfação, adeptos eufóricos (destaque para o banho de champanhe dos Diabos Vermelhos), o sonho tornado realidade! De norte a sul do país, pelo mundo, milhões de benfiquistas festejaram com fervor os momentos imediatamente a seguir ao apito final.

Confusão geral no campo e nas bancadas, apenas um grito imperioso e coerente: “SLB SLB SLB SLB GLORIOSO SLB GLORIOSO SLB”! A sensação foi indescritível, porque afinal:

De facto, quando se esgotou o tempo de compensação foi literalmente a alegria fulgurante, o delírio arrebatador: cachecóis a abanar, todos a saltarem, um brilho no olhar, abraços em cadeia, grandes sorrisos! Ambiente do melhor, com emoções à flor da pele e júbilo ao rubro!

Ontem fomos aquilo que nunca deixámos de ser: verdadeiros e dignos campeões! Este foi apenas mais um título a acrescentar aos 30 já arrecadados pelo SLB. Tive pena, porém, de não ter tido o meu pai por perto para comemorarmos juntos algo em que sempre acreditámos a cada jornada que íamos apoiar o clube do nosso coração. Mas o importante é que fomos os melhores dentro e fora do campo.

Não poderia acabar este post sem antes lamentar a falta de fair-play da claque dos Superdragões e de outros adeptos portistas que estragaram a festa encarnada. Sim eles não foram para a Avenida dos Aliados festejar o segundo lugar na classificação final, eles foram para lá para agredir verbal e até fisicamente alguns benfiquistas (que acabaram por dispersar sob pena de sofrerem as consequências). Não contentes, rumaram à Rotunda da Boavista e, também aí, acabaram com o clima de festa que por lá se fazia sentir, instalando o medo e a insegurança. Fica a pergunta: não será sintomático que tenham sido destacados para o Bessa 120 polícias e 200 para o Dragão?
No regresso a casa ainda passei por uma situação relativamente perigosa quando nos cruzámos com um grupo de portistas, cujas provocações unilaterais só não terminaram da pior forma por sorte. Isto é vergonhoso! É assim tão difícil aprender a ter respeito e a saber perder?!

Se não fosse para trazer algo de novo para o Benfica não estaria aqui. Jogando-se no Benfica, está-se sujeito a ser campeão.” (Nuno Assis)

Não sou o salvador, sou apenas mais um que luta pelo melhor do grupo. Quando se ganha nada é complicado.” (Simão Sabrosa)

Ser benfiquista é debater-se pelo clube em qualquer circunstância, é lutar contra tudo e contra todos, é não saber qual é o significado de desistir, etc., etc. Por isso é que ontem, hoje e sempre tenho muito orgulho em ser do Benfica!

«Ser Benfiquista é ter na alma a chama imensa que nos conquista (…)»

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