Escadas em caracol
16:07Gosto de escadas em caracol! Gosto da sensação de tontura que propiciam. Gosto da sua não linearidade. Gosto da sua previsibilidade circular. O meu dia de hoje foi assim: como se circulasse numa escada de caracol.
Pisei o primeiro degrau e, ao longo da manhã, fui subindo, com aquela vertigem usual. Cheguei ao topo; observei e quis descer. Vi a espiral formada pelas escadas e senti-me a perder nela. Voltei as costas e tentei permanecer no sítio onde as escadas me levaram. Era meio-dia.
Demorei pouco tempo a perceber que precisava mesmo de descer aquelas escadas…Quis desviar-me das pessoas que vinham em sentido contrário, mas as escadas eram demasiado estreitas e quase caí.
Normalmente, é o contrário, a subida é bem mais difícil. Porém, para mim, foi mesmo a descida de hoje à tarde. Perdi os sentidos, inebriada naquele percurso curvilíneo, por isso, apoiei-me no vão. Mas a segurança dele era débil e pouco fiável. Olhei para trás, procurei alguém, mas não vi nada. Continuei. A meio das escadas, hesitei. Senti-me perseguida. Comecei a acelerar o passo até descer as escadas a correr, sem avistar o seu fim. Ao final da tarde, abandonei o último degrau das escadas e cheguei a tempo de ver o pôr-do-sol…
Mais tarde, voltei a examinar as escadas em caracol a uma certa distância. Apeteceu-me voltar a subir. Mas não, não tinha forças para enveredar por essa aventura outra vez. Além de que estava apavorada com a ideia de regressar transtornada por pensar que o local a que elas dão acesso continuava inalterado. Preferi sentir a auto-confiança e a segurança que senti quando pisei o primeiro degrau. Fui sentar-me lá. Tentei restaurar a minha visão primitiva antes de experimentar aquelas escadas em caracol.
É madrugada e permaneço sentada no primeiro degrau das escadas de caracol e não consigo levantar-me, as pernas não obedecem ao meu cérebro… As escadas em caracol sugaram o meu pensamento na sua subtil espiral que desenham.
Pisei o primeiro degrau e, ao longo da manhã, fui subindo, com aquela vertigem usual. Cheguei ao topo; observei e quis descer. Vi a espiral formada pelas escadas e senti-me a perder nela. Voltei as costas e tentei permanecer no sítio onde as escadas me levaram. Era meio-dia.
Demorei pouco tempo a perceber que precisava mesmo de descer aquelas escadas…Quis desviar-me das pessoas que vinham em sentido contrário, mas as escadas eram demasiado estreitas e quase caí.
Normalmente, é o contrário, a subida é bem mais difícil. Porém, para mim, foi mesmo a descida de hoje à tarde. Perdi os sentidos, inebriada naquele percurso curvilíneo, por isso, apoiei-me no vão. Mas a segurança dele era débil e pouco fiável. Olhei para trás, procurei alguém, mas não vi nada. Continuei. A meio das escadas, hesitei. Senti-me perseguida. Comecei a acelerar o passo até descer as escadas a correr, sem avistar o seu fim. Ao final da tarde, abandonei o último degrau das escadas e cheguei a tempo de ver o pôr-do-sol…
Mais tarde, voltei a examinar as escadas em caracol a uma certa distância. Apeteceu-me voltar a subir. Mas não, não tinha forças para enveredar por essa aventura outra vez. Além de que estava apavorada com a ideia de regressar transtornada por pensar que o local a que elas dão acesso continuava inalterado. Preferi sentir a auto-confiança e a segurança que senti quando pisei o primeiro degrau. Fui sentar-me lá. Tentei restaurar a minha visão primitiva antes de experimentar aquelas escadas em caracol.
É madrugada e permaneço sentada no primeiro degrau das escadas de caracol e não consigo levantar-me, as pernas não obedecem ao meu cérebro… As escadas em caracol sugaram o meu pensamento na sua subtil espiral que desenham.
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