Simbologias e Superstições sobre o Casamento

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A preparação do casamento é um ritual que, por representar o início de uma nova etapa na vida de duas pessoas, está envolto em múltiplas simbologias e superstições. Como todas as crenças, cuja origem é difícil de explicar, foram passando de geração em geração, sendo ainda hoje respeitadas pelos noivos. Hoje aqui ficam algumas delas, com os votos que, no futuro, vos possam ser úteis.

Como é do conhecimento geral, a expressão “lua-de-mel” designa os primeiros dias de um casamento. Agora o que já poucos sabem é que, em tempos remotos, durante os primeiros trinta dias (uma lua), os noivos apenas bebiam hidromel, uma bebida doce que se obtém pela fermentação do mel adicionado de água, considerada com poderes afrodisíacos; na Antiguidade, quando os casais se casavam e iam para casa na noite de núpcias, os vizinhos e parentes desenhavam uma lua com mel na porta da casa, para dar sorte e em tempos primitivos, os casamentos só aconteciam quando era lua cheia.

O anel de noivado é uma tradição que se mantém desde sempre, mudando apenas o material em que é fabricado (couro entrançado, simples argolas de ouro ou ferro). Nos dias de hoje e segundo a tradição, os anéis de noivado devem ter um diamante – pedra de Vénus, deusa do Amor – ou ser de brilhantes, solitários, anéis de ouro cravejados de pedras preciosas ou até um anel de família do noivo. Desde os egípcios que este símbolo de compromisso se usa no dedo anelar esquerdo, por acreditarem que nele existe um vaso sanguíneo com ligação directa ao coração.

A aliança é, incontestavelmente, o símbolo mais antigo do casamento. Pode ser um simples anel de ouro, ser cravejada com diamantes ou adoptar formas menos clássicas. Uma das superstições ligadas a este objecto é passar um pouco de bolo de noiva através da aliança para que o casamento dure.

O ramo de flores simboliza a vida, o crescimento, a fertilidade e afasta os maus espíritos; cabe ao noivo oferecê-lo. Na Grécia antiga, as noivas recebiam das amigas flores e ervas aromáticas, no percurso até ao altar, onde não podia faltar o alho para afastar os maus sentimentos. Actualmente, tendo em conta a variedade de bouquets, muitas das noivas escondem entre as flores ramos de arruda (contra o mau-olhado), hortelã (estimula a espiritualidade), alecrim ou manjericão (atrai a boa sorte) entre outras ervas. No fim da cerimónia, as noivas costumam oferecer o ramo à Nossa Senhora, ou secá-lo de forma a guardar a felicidade do casal, ou ainda lançá-lo às amigas solteiras. Quem o agarrar, será a próxima a casar.

Em volta do vestido de noiva e do véu também existem algumas superstições, como por exemplo, o noivo não poder ver a noiva com o vestido antes da cerimónia. Ainda em muitas culturas, as noivas escondem a cara com um véu, simbolizando a virgindade, a modéstia, a inocência e a virtude. Por cá, o véu deve ser branco, transparente e deve estar preso ao cabelo com uma tiara ou uma grinalda de flores. O vestido é tradicionalmente branco, apesar de já ter sido de outras cores como vermelho (símbolo de energia para começar uma nova vida; é tradição actual na China), verde ou preto (como a noiva tradicional do Minho). No entanto, o branco entrou na moda em 1840, com o casamento da rainha Vitória de Inglaterra e com o príncipe Alberto. Com ela, também se iniciou a tradição de a noiva usar uma coisa velha (simboliza o passado e a continuidade), uma coisa nova (simboliza o optimismo, a esperança e a vida futura), uma coisa emprestada (simboliza a felicidade futura partilhada pelo casal) e uma coisa azul (simboliza fidelidade, amor eterno e pureza). A noiva deve dar o último ponto (não deve ser cozido na totalidade) no vestido antes da cerimónia e pode distribuir pedaços de véu pelas amigas, para partilhar a boa sorte.

Lançar arroz aos noivos é um hábito mais actual, trazido da Ásia; simboliza a vida, a fertilidade e a abundância. Há ainda quem atire pétalas, juntamente com o arroz, com o mesmo intuito.

A festa do casamento é marca em todas as culturas e é tão antiga como a cerimónia em si. O copo de água é oferecido pelos pais dos noivos, representando a união das famílias, onde a comida e a bebida são servidas em abundância.

A tradição do bolo nupcial iniciou-se na Roma Antiga, em que depois da cerimónia se despedaçava um bolo de frutas, cereais, amêndoas e mel sobre a noiva, simbolizando fertilidade. Os convidados achavam que as migalhas davam sorte a quem as apanhasse e comesse e também traziam felicidade à noiva. Esta tradição evoluiu na Inglaterra, onde os convidados traziam pequenas tortas, empilhando-as no centro da mesa. Actualmente, o formato do bolo nupcial em diversos andares foi uma ideia criada por um pasteleiro francês. A primeira fatia deve ser cortada pelos noivos e a noiva deve comê-la, de forma a garantir a fertilidade. Os convidados também devem comer o bolo, para desta forma terem sorte. Há ainda a tradição de congelar algumas fatias de bolo para serem comidas no primeiro aniversário de casamento ou no baptizado do primeiro filho do casal. A rainha Vitória de Inglaterra foi a responsável pela tradição das ofertas aos convidados, que inicialmente estavam introduzidas nas próprias fatias de bolo ofertadas a estes.

A primeira entrada em casa, já depois de casados, deve ser feita com o noivo a transportar a noiva ao colo. As teorias para esta superstição são diversas mas todas elas têm o mesmo objectivo: afastar o azar! Outras superstições: quando a noiva chega a chorar à cerimónia, chorará menos depois do casamento; uma moeda no sapato da noiva traz prosperidade ao jovem casal e acalma a deusa da castidade, Diana; os noivos não devem dormir juntos na véspera do casamento; casamento com chuva traduz-se em boa sorte: “casamento molhado é casamento abençoado”.

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