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“Aqui, no sofá da sua casa, você riu até chorar,
Chorou até nem respirar,
Desabafou por isto e por aquilo,
Descansou depois de mais um dia de trabalho,
Leu o melhor livro da sua vida,
Ouviu o CD que o fez dançar sem parar,
Viu o melhor golo da sua equipa,
Contou dezenas de histórias aos seus filhos,
Abraçou o amor da sua vida.
Aqui, no sofá da sua casa.”
Chorou até nem respirar,
Desabafou por isto e por aquilo,
Descansou depois de mais um dia de trabalho,
Leu o melhor livro da sua vida,
Ouviu o CD que o fez dançar sem parar,
Viu o melhor golo da sua equipa,
Contou dezenas de histórias aos seus filhos,
Abraçou o amor da sua vida.
Aqui, no sofá da sua casa.”
A eficácia da publicidade reside no seu grande poder de sugestão. Hoje, também eu me deixei levar pelo poder subliminar destas combinações de palavras para vos falar desse objecto tão usado e tão pouco apreciado: o sofá. Desconheço as suas origens, a sua história e sublinho apenas que a tónica da sua importância reside na sua utilidade pragmática.
O sofá é aquele objecto que nos proporciona conforto ao final do dia, quando regressamos cansados à nossa casinha; que acolhe a nossa exaustão depois de uma madrugada sem dormir; que se estende à nossa preguiça pela manhã, mal nos levantamos. O sofá é o sítio no qual adormecemos numa tarde de Inverno a ouvir a chuva cair, aquecidos por um cobertor ou numa noite fresca de verão a ver tv.
O sofá é a testemunha inerte de momentos especiais: ora leituras sedutoras; ora assistências emotivas a alguma película, telenovela ou jogo; ora declarações únicas; ora manifestações exclusivas de carinho entre pais e filhos, entre casais, entre amigos; ora brincadeiras infantis com almofadas; ora refeições ingeridas demoradamente; ora discussões acesas; etc.
O sofá é o local onde nos podemos contorcer de dores quando estamos doentes, onde tomamos um chá para melhorar, onde atendemos languidamente o telemóvel, onde concluímos trabalho “extra” que trazemos para casa.
O sofá é onde embirramos com as pessoas com as quais os partilhamos para ficar com a parte que queremos. O sofá aconchega-nos quando choramos agarrados às almofadas por uma idiotice qualquer ou por uma razão mais que justificada. Um sofá é sempre o repouso, o apaziguamento, o relaxe.
Pensem nas vezes que o vosso sofá sentiu os vossos pés a dançar uma qualquer música ou a pular por causa dos golos da selecção! Pensem nas peripécias que constituem a história do sofá da vossa casa.
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