Some days

15:01

Há dias em que acordamos de bem com tudo e com todos. Até os pequenos contratempos nos são indiferentes. De repente, por um qualquer motivo, algo que nos é exterior, pontual e mesquinho, acaba com a nossa boa disposição. A serenidade escapa-nos do controlo. A ansiedade de que o dia acabe para poder ignorar os problemas, os conflitos, pelo menos, até ao dia seguinte absorve-nos. Apetece-nos fugir para o colo da mãe. Temos que aguentar a irritação e sorrir hipocritamente, fingindo que está tudo bem, quando afinal há dias que custam a passar, ou porque se torna desagradável uma situação, ou porque a surpresa nos surpreende negativamente, ou porque somos demasiado fracos para chorar quando sentimos a revolta apoderar-se do nosso coração. Controlam-se as explosões para evitar danos maiores. O reconfortante é mesmo chegar a casa, pôr uma música e relaxar uns minutos. É nestes momentos que sentimos o conforto da solidão. Sentimos uma falsa sensação de segurança quando estamos só connosco e com as paredes do nosso quarto. O final da noite confirma que o dia poderia ter terminado de pior forma. A música propaga-se pelo silêncio que nos invade para que nada nem ninguém comprometa o nosso sossego.

You Might Also Like

2 apontamentos

Total de visualizações

Procurar no blogue