Indecisão momentânea

01:14

Soube “fora de tempo” algo que se passou na minha ausência necessária e não sei como reagir por causa desse meu afastamento irremediável, que talvez possa agora ser minimizado.
Não sei se te devo telefonar, não sei o que te devo dizer. Sei que não devo fazer nada, porque não se trata de um dever mas de uma exigência vital do sentimento que nutro por ti, talvez hoje um pouco mais apaziguado do que antes... Desconheço a forma como vais reagir e entro em pânico de pensar que este golpe traiçoeiro do destino te roube esse sorriso aberto que conheci e te enuble o olhar, tornando-o baço e incapaz de distinguir as cores. Mais medo sinto de pensar que pode ter congelado para sempre o teu coração e que, no lugar da energia, te tenha colocado um icebergue gigante e consistente que nem a proximidade da maior chama o faça derreter o suficiente para extrair umas gotas.
Não, prefiro pensar positivo e acreditar que tu vais conseguir contornar tudo isto que te acontece: inevitável, incompreensível e injusto. Enquanto escrevo procuro decidir-me o que vou fazer em seguida para tentar perceber a dimensão da tua mágoa sem, contudo, querer tomá-la como algo que percebo, pois não está ao meu alcance. Dói-me pensar que não vou encontrar as palavras certas para te dizer, os teus ouvidos vão revelar uma hipersensibilidade que não sei como não agravá-la. Porém, o silêncio deve ser algo a que estás a criar uma repulsa.
Não sei muito bem o que hei-de fazer, qual a melhor atitude... Neste momento penso que nenhuma é melhor que a outra…

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