Vestígios de uma noite inesquecível

11:25

A noite de sexta-feira e a madrugada de ontem testemunharam grandes momentos de alegria vividos entre amigos, que se multiplicaram em gargalhadas sonoras, a que se somaram doses de energia inesgotável. Como foi, sem dúvida, uma das melhores noites da minha vida, é justo que as pessoas que contribuíram para que a noite fosse extraordinária o saibam.

O grande pretexto para nos reunirmos foi o concerto de Mafalda Veiga, nessa noite, em Bragança, que constava do programa da semana de recepção ao caloiro. O que nenhum de nós podia prever (embora acredite que cada um de nós o desejasse) é que a noite se tornasse assim: apenas excelente!

O concerto foi do melhor e a companhia fantástica que se encarregou da boa disposição e foi a culpada pela animação contagiante. Aqui fica a fotografia dos 5 magníficos que me acompanharam nesta noite tão especial.

O Nuno, que um ano depois, no mesmo sítio, vivemos mais uma grande noite; a Sofy, uma grande amiga, aquela que me tem o privilégio de viver na mesma casa que eu no Porto; o Carlos é o co-autor (juntamente comigo e com a Marta no blog “Cofre das Ideias”) e um novo amigo daqueles que nunca mais deixará de o ser; a Patrícia Cangueiro, minha vizinha durante uns bons anos, minha colega de turma no secundário e minha amiga desde que éramos pequeninas; e, por fim, porque “os últimos são sempre os primeiros”, a minha irmã que foi a responsável directa por conhecermos o Carlos e é uma miúda muito porreira (nalguma coisa havia de se parecer comigo).

Aqui, o Carlos, eu, a Liliana e a Catarina (que, depois de uma viagem, não resistiu a juntar-se a nós; elogio a coragem e aplaudo a decisão acertada que tomou).

Claro, a minha irmã e eu! A melhor legenda talvez seja: a “magia” das manas Posse.

Adorei encontrar várias pessoas que fizeram parte das diferentes etapas da minha vida. Reencontrei amigos que fiz na escola primária, no ciclo e no liceu e mantenho por eles um grande carinho, daquele que é genuíno e resiste às ausências, às mudanças, às diferentes conjunturas de vida. É por causa desses encontros que o clima é tão envolvente e tão familiar... Quando ouvimos o eco do nosso nome, apressamo-nos a identificar a pessoa que o emitiu e corremos para aquele doce abraço que tarda…

Vou seguir o conselho de Mafalda Veiga e “guardar só o que é bom de guardar”. Na minha memória, vou guardar todos os momentos que partilhei com vocês nesta noite e, no meu coração, vou guardar tudo aquilo que me fizeram sentir. Deste modo, quando me sentir mais em baixo, quando sentir a falta do que nessa noite não me fez falta, quando sentir saudades, vou olhar as fotos, convocar as minhas boas recordações para fazer uma “viagem no tempo”, procurando resgatar o que vivemos, e para encurtar as distâncias que nos separam. Mas a vida é mesmo assim: “há que penar para aprender a viver / e a vida não é existir sem mais nada / a vida não é dia sim, dia não / é feita em cada entrega alucinada / para receber daquilo que aumenta o coração”. E eu recebi muito…

Todos temos uma realidade em comum: somos vítimas “do que a vida foi fazendo sem nos avisar / foi-se acumulando em fotografias, em distâncias e saudade”. A verdade é que a vida impede-nos de concretizar todos os nossos desejos e leva para longe aqueles que verdadeiramente nos fazem sentir especiais… Estas fotografias materializam apenas um estado de espírito que só quem lá esteve pode perceber o que o motivou.

Como as distâncias nos separam a todos, vamos tentando colmatar os seus danos com encontros pontuais e únicos como o de anteontem, que nos deixam extasiados e sequiosos de mais. A saudade alimenta a maioria dos sentimentos ao torná-los ainda mais intensos, à parte de nos causar alguma tristeza.

Como o rumo que cada um tinha que seguir levava para longe, ficaram apenas: “os copos vazios / vestígios da noite / as palavras perdidas / o calor e o frio (…) vestígios do tempo / as palavras trocadas / o calor e o frio”. Os copos vazios denunciaram os brindes realizados; os vestígios da noite converteram-se em agradáveis recordações; as palavras perdidas procuraram ser restauradas num suporte imaterial; o calor da noite acabou com o frio da manhã; os vestígios do tempo foram recuperados na sua essência; as palavras trocadas foram proferidas com sinceridade inconfessada; o calor das emoções vividas ateou-se com o frio das despedidas…

Talvez pudesse o tempo parar (…) tão bom pudesse o tempo parar / e voltasse a preencher o vazio / é tão duro aprender que na vida/ nada se repete, nada se promete / e é tudo tão fugaz e tão breve”.

Pois é, “tudo é tão fugaz e tão breve” que até assusta. Mas as grandes amizades são colecções partilhadas de momentos inéditos, vividos no limiar da emoção, assistidos por uma entrega recíproca, pautados pelo perfume da Vida. O que fica: cantar em uníssono a última música do concerto; aquele brinde colectivo no final do concerto; os flashes a dispararem na ânsia de “agarrar” aqueles instantes de convívio e diversão; um jogo de futebol que ameaça tornar-se um ritual que fecha a noite; ver o dia clarear a pretexto de adiar a viagem de regresso, porque “lá fora o vento nem sempre sabe a liberdade / a gente finge mas sabe que não é verdade”, etc.

A fechar, a mensagem essencial deste post: vou trazer-vos comigo certamente e já hoje sinto tanto a vossa falta…

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