Escolhidas a dedo!
15:45Neste feriado seleccionei algumas das passagens de um livro que li já há uns tempos para partilhar com vocês. Sugiro que leiam as citações que se seguem e que foram retiradas do livro “A Sibila” da Agustina Bessa Luís. Se não for pedir de mais, dediquem alguns minutos do vosso tempo de hoje para reflectir um pouco sobre estas palavras.
“Esta brusca revelação da decadência em alguém que conhecemos no apogeu da sua promessa humana, alguém que vimos jovem, activo e loquaz, para encontrarmos um dia decrépito, deformado, irreconhecível já até pela cor dos olhos e o contorno do rosto, impressiona mais ainda os caracteres frívolos e mundanos para quem o tempo surge como um abismo que apavora.”
(Pensem nas pessoas que conheceram quando eram mais pequeninos e tentam imaginar o que sobrará dessa imagem que têm delas daqui a alguns anos… O desgaste a que o tempo nos submete gera sempre mudanças irreversíveis…)
“Desejamos atingir a sublimação da nossa individualidade, mas não trocá-la por uma outra. O homem não aspira senão ao superlativo da sua própria condição, mas sem desviar um só passo do estigma das suas tendências, que são irresgatáveis.”
(Gostamos que os outros admirem os nossos discursos, os nossos actos, os nossos ideais e até que tolerem os nossos defeitos, os nossos erros, mas jamais desejamos deixar de ser nós próprios, por muito que às vezes pensemos o contrário…)
“A infelicidade também cria raízes.”
(Este tipo de raízes demoram a criar, porém quando se cravam na vida é muito difícil arrancá-las e plantar outro tipo de raízes… A infelicidade multiplica-se em raízes cada vez mais robustas à medida que deixamos que o medo, a acomodação, a indiferença, a desesperança fertilizem o crescimento dessas raízes…)
“Ela pertencia, de facto, a essa classe de pessoas que atravessam a vida sofrendo mínimas alterações espirituais e que, portanto, parecem não ser de todo sensíveis à idade. Morrem crianças, depois de ter amadurecido todo o saber dos adultos. A mente desabrocha, tem a sua metamorfose, extingue-se; mas o espírito é uma forma intemporal, não conhece a propriedade de sentimentos que o tempo imprime na razão dos homens; tem as suavidades cândidas da infância, juntamente com os cepticismos mais cruéis da experiência – e o que neles chamamos idade é apenas o seu hábito e riqueza de expressão, que só com a desenvoltura mental se adquirem.”
(O segredo de uma grande história de vida é conservar o que de melhor vivemos em cada etapa da caminhada que fazemos diariamente. Desse modo, vamos rasgar folhas do calendário sem pressas e sem demoras, precisamente no momento em que tem que ser feito, sem pena de o fazer e sem receio de o fazer.)
“Ceder ao sentimento demasiado prontamente é indício de carácter dúctil para todos os fins, sendo a questão de meio e de circunstância.”
(A velha questão… Como conjugar Razão e Sentimento?! Cada vez mais devemos ceder cada vez menos ao sentimento, inversamente, cada vez mais precisamos de ceder ao sentimento e cada vez menos deixarmo-nos arrastar pelos desígnios da razão...)
“A sinceridade é uma imponência do espírito e a mais deselegante das virtudes.”
(Para mim é o valor mais importante! O pilar sobre o qual assenta (ou deveria assentar) todo o tipo de sentimentos, intenções, relacionamentos, acções. O pior é que nem sempre se consegue fazer vingar a sinceridade...)
“Convém obedecer em particular, mas ser rebelde em geral.”
(A liberdade de cada um acaba onde a do outro começa. Isto é óbvio! Mas saberemos nós reconhecer esses limites? Ultrapassar aquilo que nos é imposto é natural de quem se recusa a acreditar que aquilo que é interdito não interessa. Para alcançá-lo, sim, há que obedecer, mas sem perder a rebeldia do espírito.)
“E o vocabulário limitado do afecto parecia-lhe como um tesouro inesgotável cujos dons são como a água e o pão, que jamais fatigam, que podem significar eternamente um sabor original.”
(Se hoje à noite vos disserem “gosto muito de ti” será sempre diferente do que as mesmas palavras ditas quando acordaram. Não varia só a entoação e a circunstância, varia também e principalmente os contornos de dar a conhecer um sentimento, a intenção é verdadeiramente diferente e, por isso, tem sempre um significado primordial.)
“Começava a sentir o vazio que sucede ao banir dum hábito.”
(É muito complicado quebrar hábitos de anos, rotinas semanais, pequenas estabilidades conseguidas… Depois de fechar um ciclo, há aquele vazio que falta preencher com novas práticas e costumes diferentes que iniciarão um outro ciclo.)
“Esta brusca revelação da decadência em alguém que conhecemos no apogeu da sua promessa humana, alguém que vimos jovem, activo e loquaz, para encontrarmos um dia decrépito, deformado, irreconhecível já até pela cor dos olhos e o contorno do rosto, impressiona mais ainda os caracteres frívolos e mundanos para quem o tempo surge como um abismo que apavora.”
(Pensem nas pessoas que conheceram quando eram mais pequeninos e tentam imaginar o que sobrará dessa imagem que têm delas daqui a alguns anos… O desgaste a que o tempo nos submete gera sempre mudanças irreversíveis…)
“Desejamos atingir a sublimação da nossa individualidade, mas não trocá-la por uma outra. O homem não aspira senão ao superlativo da sua própria condição, mas sem desviar um só passo do estigma das suas tendências, que são irresgatáveis.”
(Gostamos que os outros admirem os nossos discursos, os nossos actos, os nossos ideais e até que tolerem os nossos defeitos, os nossos erros, mas jamais desejamos deixar de ser nós próprios, por muito que às vezes pensemos o contrário…)
“A infelicidade também cria raízes.”
(Este tipo de raízes demoram a criar, porém quando se cravam na vida é muito difícil arrancá-las e plantar outro tipo de raízes… A infelicidade multiplica-se em raízes cada vez mais robustas à medida que deixamos que o medo, a acomodação, a indiferença, a desesperança fertilizem o crescimento dessas raízes…)
“Ela pertencia, de facto, a essa classe de pessoas que atravessam a vida sofrendo mínimas alterações espirituais e que, portanto, parecem não ser de todo sensíveis à idade. Morrem crianças, depois de ter amadurecido todo o saber dos adultos. A mente desabrocha, tem a sua metamorfose, extingue-se; mas o espírito é uma forma intemporal, não conhece a propriedade de sentimentos que o tempo imprime na razão dos homens; tem as suavidades cândidas da infância, juntamente com os cepticismos mais cruéis da experiência – e o que neles chamamos idade é apenas o seu hábito e riqueza de expressão, que só com a desenvoltura mental se adquirem.”
(O segredo de uma grande história de vida é conservar o que de melhor vivemos em cada etapa da caminhada que fazemos diariamente. Desse modo, vamos rasgar folhas do calendário sem pressas e sem demoras, precisamente no momento em que tem que ser feito, sem pena de o fazer e sem receio de o fazer.)
“Ceder ao sentimento demasiado prontamente é indício de carácter dúctil para todos os fins, sendo a questão de meio e de circunstância.”
(A velha questão… Como conjugar Razão e Sentimento?! Cada vez mais devemos ceder cada vez menos ao sentimento, inversamente, cada vez mais precisamos de ceder ao sentimento e cada vez menos deixarmo-nos arrastar pelos desígnios da razão...)
“A sinceridade é uma imponência do espírito e a mais deselegante das virtudes.”
(Para mim é o valor mais importante! O pilar sobre o qual assenta (ou deveria assentar) todo o tipo de sentimentos, intenções, relacionamentos, acções. O pior é que nem sempre se consegue fazer vingar a sinceridade...)
“Convém obedecer em particular, mas ser rebelde em geral.”
(A liberdade de cada um acaba onde a do outro começa. Isto é óbvio! Mas saberemos nós reconhecer esses limites? Ultrapassar aquilo que nos é imposto é natural de quem se recusa a acreditar que aquilo que é interdito não interessa. Para alcançá-lo, sim, há que obedecer, mas sem perder a rebeldia do espírito.)
“E o vocabulário limitado do afecto parecia-lhe como um tesouro inesgotável cujos dons são como a água e o pão, que jamais fatigam, que podem significar eternamente um sabor original.”
(Se hoje à noite vos disserem “gosto muito de ti” será sempre diferente do que as mesmas palavras ditas quando acordaram. Não varia só a entoação e a circunstância, varia também e principalmente os contornos de dar a conhecer um sentimento, a intenção é verdadeiramente diferente e, por isso, tem sempre um significado primordial.)
“Começava a sentir o vazio que sucede ao banir dum hábito.”
(É muito complicado quebrar hábitos de anos, rotinas semanais, pequenas estabilidades conseguidas… Depois de fechar um ciclo, há aquele vazio que falta preencher com novas práticas e costumes diferentes que iniciarão um outro ciclo.)
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