A escola que tanto (nos) mudou

04:37

Seis anos depois de deixarmos para trás os portões azuis, decidimos regressar à escola que nos acolheu durante cinco anos.

Esta escola significa para nós muito mais do que um espaço que pertence ao nosso passado. É a ela que associaremos sempre as amizades que aqui construímos, os conhecimentos que aqui adquirimos, as experiências aqui vividas. Foi aqui, nesta escola, que aprendemos as linhas mestras que devem orientar a vida de qualquer pessoa. Aqui, alguém nos ensinou um dia o valor da humildade e do respeito.

Voltar à escola foi perceber que tudo mudou por aqui. Os pavilhões já não são os mesmos, a disposição das salas é diferente, os jardins estão arranjadinhos, respira-se uma ordem que não nos era familiar. Recordamos as condições desfavoráveis de antes: o frio que entrava pelas frinchas das janelas mal vedadas, os baldes nas salas de aula quando chovia ou as corridas nos dias cinzentos para o gimnodesportivo municipal. Daí a nossa surpresa com as excelentes condições com que nos deparamos: laboratórios (incluindo a novidade do laboratório de fotografia), biblioteca, salas de computadores, pavilhão desportivo. Estudar com estas condições acaba por ser um privilégio!

Nós fomos felizes, aqui, com pequenas conquistas que íamos conseguindo com algum esforço. Lembramos a alegria que sentimos quando conseguimos uma mesa de pingue-pongue com rede para entreter o tempo dos intervalos e dos feriados ou a existência de uma televisão ou de música ambiente na sala de convívio.

Hoje, quando redescobrimos a nossa escola, sentimos a falta do barulho das correrias, da confusão dos corredores, das euforias típicas das horas em que não havia aulas porque o professor faltava e não havia aulas de substituição. Na verdade, o silêncio que agora paira chega a ser incomodativo para uma escola que, antes, a toda a hora, transbordava de ruídos da rapaziada. Talvez haja nisto apenas um olhar de nostalgia em relação às nossas origens, talvez seja apenas saudade da escola que nos fez crescer como pessoas.

E para todos aqueles que hoje têm a oportunidade de estudar nesta escola, fica a dica de que aproveitem bem cada momento, cada brincadeira, para que um dia possam sentir uma emoção semelhante à que hoje esta escola nos suscita. Que este local represente sempre para todos os que por aqui passaram o repositório de memórias que o tempo não poderá apagar.

E hoje, deambulando nos corredores das nossas faculdades, teimamos em transportar connosco a recordação colorida de uma escola que tanto nos ensinou.

Ana Patrícia Fidalgo Posse
(Estudante do 3º ano de Jornalismo e Ciências da Comunicação - Faculdade de Letras da Universidade do Porto)

Fernando Jorge Afonso Pires
(Estudante do 3º ano de Engenharia Informática - Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto)

PS: este “texto colectivo” vem no seguimento de um pedido para participarmos (ainda!) no jornal do nosso ciclo – a Escola Básica 2.3 Paulo Quintela!

You Might Also Like

2 apontamentos

Total de visualizações

Procurar no blogue