Ao deitar...

16:53

As luzes do candeeiro do quarto apagaram-se e eu fico a lutar em silêncio com os fantasmas que me vêm visitar de mansinho. Vejo sombras projectadas pela escuridão na parede vazia e há uma sensação de desespero a tomar conta da parte racional que existe em mim.
Se fecho os olhos é escuridão que vejo, se os abro é escuridão que encontro. Então, em que é que difere mantê-los abertos ou fechá-los para sempre? A luz que se foi levou consigo as cores, os retratos, os quadros, as percepções visuais, mas não as memórias das coisas.
Ficou a escuridão a espalhar-se por tudo igualmente. O escuro fomenta o medo de não voltar a ver com clareza, incentiva o nosso instinto de sobrevivência - num apurar dos sentidos e da intuição -, projecta o sono de noites difíceis.

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