17:55

Vejo-te partir por entre as luzes tépidas do escurecer e sinto em mim um desprendimento assustador. Antes sentia ânsia da tua presença, entusiasmava-me poder ter-te por perto, mas agora já não sinto nada disso. Gosto da tua companhia circunstancial. Ouço deliciada as nossas gargalhadas ou a telepatia dos nossos pensamentos. Porém, algo se perdeu para sempre.
Desta varanda onde penduro as minhas contemplações para a vida, atiro os sonhos de outrora enquanto te vejo desaparecer ao longe. Devia deixar de traçar novas metas, só que sou incapaz de me render ao adquirido, mesmo quando isso já significou atingir grandes metas. Não consigo viver sem construir pedestais onde coloco a minha ambição, tal como não conseguiria viver se visse as minhas mais doces memórias desaparecerem contigo por entre as luzes tépidas do escurecer.

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