Aprendizagens…

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Demoramos demasiado tempo a conhecer (verdadeiramente!) os aspectos menos bons das pessoas que nos são próximas, mesmo que elas não se esmerem em tentar disfarçá-los. Quem nos rodeia e enche de si devolve-nos a convicção de que está efectivamente a caminhar ao nosso lado. Porém, com o tempo a fluir e ao menor percalço percebemos que, quando muito, as pessoas caminham ao nosso lado afastados de nós.

Se a vida nos fere e nos trai, ainda que destroçados e angustiados, reunimos coragem para olhar para trás e entendemos que, afinal, não temos mais do que uma sombra distante dessas pessoas. Percebemos que nos temos a nós e possivelmente um pouco delas. Os passos que damos daqui para a frente são também mais conscienciosos. Na verdade, não há ninguém a seguir o rasto que vamos inscrevendo por onde passamos.

Quando aqueles que gostamos se revelam menos presentes e menos zelosos do que seria suposto, é apenas um sinal de que talvez nunca tenha sido diferente… O que presumíamos existir, se calhar nunca deixou de ser fictício. E mesmo assim acabamos por acreditar estupidamente. Gostava de poder desdizer tudo o que escrevi, mas tenho tido oportunidades flagrantes para o atestar e bem menos para o refutar.

Nos momentos em que as palavras nos enchem o coração e os actos esvaziam a alma não fará muito sentido acreditar no que nos dizem, mas tão somente no que se faz. O silêncio puro é aquele que não peca por hipocrisia e insinceridade, por isso porque o desrespeitamos?

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