Ao cair do pano...

12:56

Se me dissessem que te ias afastar tanto eu iria dizer, convictamente, que não! Agora que o vejo a acontecer e perante os olhares ansiosos da plateia, apetecia-me berrar-te e dizer que não é assim que as coisas se resolvem. Não suporto que alguém entre na minha vida e pouco depois (ou muito tempo depois!) bata com a porta e a feche.

Temos que ter algum cuidado no modo como vamos criando expectativas que, à partida, não tencionamos concretizar. Para quê criar ilusões que sabemos que não vão corresponder à realidade? Não entramos e saímos da vida das pessoas quando e como queremos! Ou pelo menos não devia ser...

A vida das pessoas com quem nos relacionamos não é um cenário no qual decidimos montar o nosso palco ambulante, onde cantamos, saltamos, declamamos, rimos até à exaustão, representamos com todas as parcelas de nós até que nos apetece deixar cair o pano e desaparecer para sempre por detrás dele. Entrar na vida de uma pessoa significa uma possibilidade de permanecer.

Não podemos garantir permanências, porém não devemos camuflar ausências com presenças ocasionais, ou simular faltas pontuais para aumentar o nosso protagonismo, quando sabemos que não temos o papel principal. Quando saímos devemos pelo menos faze-lo sem ser pela porta dos fundos, às escondidas e durante a noite. Não é justo que as pessoas percebam que fomos embora sem darmos uma justificação razoável.

Seja um cenário afectivo, profissional ou meramente social, podemos ser actores secundários, mas nunca somos figurantes. Nunca estamos na vida de alguém só por estar. Por esse motivo não podemos sair sem razão, sem fama nem glória.

No teu caso, quiseste ter uma papel que não te foi atribuído. Então achaste que não fazia sentido nenhum permanecer, pois bem, eu só te digo que não o devias ter feito e tu sabes porquê: não seguiste o guião!

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