Ver-te ali foi, talvez, a maior surpresa. Ainda incrédula e feliz, corri para ti com entusiasmo e enrosquei-me no teu regaço, esperando que as lágrimas viessem e, com elas, um sentimento de absolvição que não chegou.Não esqueço a alegria do teu sorriso a irradiar na escuridão da noite. Naquele instante não houve lugar ou tempo sequer para dúvidas, para as perspectivas incertas.Houve apenas...
À semelhança do ano passado, ficam alguns registos fotográficos de um dos palcos portugueses mais simples e interessantes por altura do Carnaval. A pequena vila de Lazarim voltou a presentear os seus visitantes com máscaras de madeira talhadas na expressividade. À semelhança do ano passado, ficam alguns registos fotográficos de um dos palcos portugueses mais simples e interessantes por altura do Carnaval. A...
Os afazeres académicos, profissionais, domésticos, sociais entopem-nos a agenda de dias banais. Vamos cedendo a convites, a eventos, a marcações, sem permitir que a verdadeira vontade intervenha.Frequentemente, há coisas combinadas ou vagamente faladas que nos impedem de estar com pessoas importantes para nós. Dessa forma quase desinteressada, sentimo-nos a esvaziar. A carência de emoções autênticas passa a preencher as páginas da nossa vida.Há...
Há dias longos, com rostos sombrios e mãos frias. As solidões não afastadas remetem silêncios pesados e tristezas evidentes no fundo dos olhos. Não há horas partilhadas. Nem vontade de nada. Em nós habita a falta da presença ali ao lado. Um entorpecimento que aterroriza e enfraquece. Há dias longos, com rostos sombrios e mãos frias. As solidões não afastadas remetem silêncios pesados...
Empurro a porta do nosso prédio. O cheiro característico, ainda tão familiar ao ponto de me obrigar a tentar senti-lo como distante. As caixas do correio, que agora recusam publicidade, na parede da esquerda. A opção rejeitada do elevador e o barulho dos meus passos nos degraus.Passo pela minha porta, aquela que fechei com aquela etapa da minha vida. Continuo. No respectivo canto,...
À volta da lareira, já não há o velho escano de ripas largas de madeira ou os pequenos bancos individuais. Da manta de retalhos, onde se amontoavam os brinquedos e onde se depositavam os desvelos, nem memórias definidas. Não há o frio que se espevitava do postigo a percorrer a espinha dorsal.As vozes calaram-se. Repentinamente as paredes amarelecidas ficaram desorientadas. Sentiram-se gigantes num...